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Eu decidi não deixar de sonhar ( Dunga Junior )

Eu decidi não deixar de sonhar

1994 era o ano, eu havia voltado de um curso nos EUA, e recebi um convite desafiador de meu pai, Carlos Dunga, que na sua trajetória política me apresentou o projeto junto ao grande ativista político Vital Arruda (in memorian): a proposta de municipalização dos distritos – Alcantil-PB fazia parte desses distritos, e em 1997 me tornei o seu primeiro prefeito, em 2000 reeleito.
O desafio foi maior que falar inglês na Califórnia. Depois de um susto de um grande sismo na noite de Los Angeles, tudo era parte de um aprendizado que eu só viria a entender anos mais tarde.
Chegando e arranchando nas terras de Alcantil, deparei-me com a criação do município, cidade, onde mais um fato me chamava atenção: muitos jovens, meninas e meninos, se multiplicavam na transição do distrito para o município. A última matrícula escolar verificada no antigo distrito subia de aproximadamente 600 alunos para 1.200, com a instalação do novo município.
Um grupo de pessoas se uniu para pensar a cidade, e Erasmo Rafael foi designado para movimentar a juventude local, que se destacava em coragem, sonhos e vontades. Nascia aí o “Meninos de Alcantil” – Balé Popular de Alcantil, Centro Cultural Meninos de Alcantil (CECMA).
Luzes, ribalta, mambembe, arte popular – trajetória de bravura, de Alcantil para toda a Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Santa Catarina e Circo Voador do Rio de Janeiro, com foco no propósito de ser Meninos de Alcantil.
Passou o tempo, onde 29 anos se foram, e eles se tornaram homens e mulheres, seres humanos que têm consigo e nos seus históricos uma performance de sucesso.
E, no desafio da trajetória de minha vida, está marcado o dia 30/04/2023, quando, na rua São José, chamei os membros presentes na rua do antigo Balé Popular de Alcantil para se juntarem, e vieram ao meu encontro.
Juro… a chuva caia naquele domingo de Jardel. Passou um rio de lembranças junto de mim. Em minha direção caminhavam os meninos e meninas para, juntos, verem nossa história ser contada e imortalizada.
Eu decidi não deixar de sonhar, pois sabia que esse dia chegaria, e, por mais maluco que cheguei a ser taxado, “Controlando a minha maluquez, Misturada com minha lucidez”, como disse Raul, eu sabia de meu propósito.
Com tudo aquilo, era o bem, o futuro, a formação de cidadania, a formação do ser humano de bem.
Segue o espetáculo da vida, onde fazer o que faz bem, traduz o bem.

Dunga Jr
De um dia de domingo
07/105/23