Eleição de Cícero fortalece ainda mais o já poderoso clã Ribeiro e seu “Progressistas”
Depois de Cícero Lucena, – dupla, tripla e quadruplamente vitorioso neste processo – a grande vencedora da eleição para prefeito de João Pessoa foi, sem sombra de dúvida, a Família Ribeiro e o seu Progressistas.
Por Família Ribeiro entenda-se – pela ordem de obediência e hierarquia familiar – Enivaldo Ribeiro, Agnaldo Ribeiro, Daniela Ribeiro e Lucas Ribeiro, respectivamente avô, filhos e neto.
Sobretudo depois que o deputado federal Agnaldo Ribeiro pegou o bastão político do clã, esta família não para de se fortalecer. Tem ganho todas no jogo do xadrez político da Paraíba.
Só um taco de exemplo: na eleição de 2018, Daniela Ribeiro não só se tornou a primeira senadora eleita pela Paraíba, como surpreendeu a todos, inclusive destronando Cássio – comandante-em-chefe dos Cunha Lima -, do cargo de senador, botando-o no quarto lugar na disputa para o Senado.
Hoje a Família Ribeiro detém, além de uma senadora, um deputado federal que já foi ministro de estado, o atual vice-prefeito de Campina Grande (Enivaldo), o atual vereador e vice-prefeito eleito de Campina Grande (Lucas), que vai substituir ao avô, e a senadora Daniela.
Pois bem, com este cabedal político, é natural que os Ribeiros estejam com planos ainda mais ambiciosos para 2022. E não seria nada fora de propósito especular que o clã Ribeiro e seu “Progressistas” terão candidatura própria para governador de Estado já na próxima.
Claro. Ainda mais num contexto como o atual, em que a Paraíba padece de líderes, em meio a um processo que se vislumbra uma transição de quadros a partir destas eleições municipais.
Naturalmente, ainda é muito cedo para se traçar prognósticos para 2022, muito menos para tentar adivinhar o que irá acontecer.
Mas que tudo isso tem lógica, tem, sim senhor.
Ainda mais com a Prefeitura de João Pessoa nas mãos…
Perdeu, mas…
Não há o que discutir. Nilvan perdeu a eleição. Perdeu está perdido.
Reza a lenda que o grande automobilista Nelson Piquet, insatisfeito com o segundo lugar do filho numa corrida de kart, teria disparado insatisfeito: “Não vale nada. O segundo colocado é o primeiro perdedor”.
Mas Nilvan teve seus méritos. Foi um gigante nesta batalha, considerando-se que não é um político nato; que foi sua primeira experiência; que nunca foi outra coisa na vida, a não ser comunicador e, sobretudo, que nunca maginou sequer entrar na política.
Superou nesta corrida pela Prefeitura de João Pessoa profissionais da política, figuras carimbadas e vitoriosas.
E agora?
O que será de Nilvan daqui pra frente, só Deus – e ele, em parte – sabe: se vai continuar na comunicação; se permanecerá na política; se os dois ao mesmo tempo.
Se o MDB, seu partido, lhe dará condições de exercer um papel de protagonista dentro da legenda, para segurar o bastão de principal opositor ao governo Joao Azevedo e a Cícero Lucena.
Nilvan foi um fenômeno na política. Reza a lenda, e a história está aí para provar, que fenômeno não se repete.
Mas o prudente é esperar para ver o que acontece.
Por Wellington Farias