Neste Dia dos Pais, no ano de 2022, cheguei para meu pai há mais ou menos um mês, em momento único de muita emoção, e disse a ele que o filho do meu filho está a caminho – um fruto está sendo gerado, com as graças de Deus e a bênção de Nossa Senhora – será meu neto e seu bisneto.
Em 1989 havia contado para meu pai que ele iria ser avô de meu filho, e, naquele ano, recebi uma lembrança que eu iria ser pai em breve. Quantos sonhos, planos e responsabilidades, criadas para um jovem de 21 anos, que iria ser pai. Quantas experiências acumuladas, perdas e ganhos somados, estradas e vias andadas, para um jovem de 55 anos, que vai ser avô.
O tempo é necessário nesse ciclo de vida. Para ser escrito o nosso caminhar, contarei e cantarei ao universo que é preciso saber viver, é necessário saber respeitar, e é fundamental saber perdoar. É grandioso saber agradecer; é parte do bem caminhar com sabedoria. Isso é a arte do viver.
É o mesmo tempo que se fará necessário para aprender, entender, analisar, decidir, formular, cair, levantar, ressignificar e seguir até o hoje, fazendo desse trajeto mais importante e necessário no conto ao futuro que se aproxima.
Ouvi e fechei ouvidos, tropecei, fiz-me não entender, senti na pele, paguei, calei, falei, segui, com um norte definido, no sentido de que, para falar, bastava olhar para a frente e dizer a verdade. Existem dois caminhos: o certo e o errado – não volte para casa sem findar o que tem de ser feito. Se puder, realize, não caminhe mais que seus passos. A vida é cruel, ouça mais que fale, e, quando falar, não deixe que o calem.
Mas, o mais importante para saber: ser Pai na essência é o exemplo pleno de tudo que ensinar. A continuidade no processo é natural, acontece em resultados diversos, como profissões, olhares, falas e até gestos, que se perpetuam em gerações, independente da convivência diária. Foi o olhar no berço, o carinho na barriga da sacrossanta mãe, a segurança das mãos nos primeiros passos, os primeiros verbos trocados, o primeiro “pa, papa, painho ou pai” traduzidos em amor.
Respeitar o legado é poder contar a sua própria história, e esta, quando for transmitir ao filho do seu filho, conte de papo reto, recheada de seu melhor em sabedoria e amor. Mesmo que o rasgo da navalha lhe invada a saudade, saiba que a alma está conectada com o seu melhor em luz e paz.
Obrigado, meu Pai… Parabéns! Contarei a sua, a minha, a nossa história, a meu Neto.
De um dia de Domingo
14/08/22
Dia dos Pais