Sempre avaliando o caminho entre o alvo e a seta, mais importante também é rever seu passado e tirar dele, com resiliência, os caminhos a seguir.
Quando foi necessário, houve a morada na cidade do interior e, na minha infância, pude conviver com a natureza, a dureza, a realidade, a magia e o encantamento: o dia bom da cidade do interior – e aqui destaco minha cidade natal, Boqueirão-PB. Habituar-se com o amanhecer e anoitecer da cidadezinha do interior, aquele momento que tem manhã, tarde e noite, e nessas noites se destacaram as madrugadas, que muitas das vezes foram de grandeza e muita alegria.
Quanto foi duro vir para a cidade grande estudar, viver com o bullying de um adolescente com marcas de acne no rosto, passar no primeiro vestibular com 16 anos, estar trabalhando aos 18, e casar aos 21, sendo também pai. Tudo isso foi necessário para construção do caráter e da responsabilidade. Vencer e sobreviver aos dias que se passavam, com a velocidade natural das estradas da vida.
Entrar na política e conviver com as necessidades das pessoas, foi ensinamento para o hoje. Lidar com a crítica e respeitar o contraditório, sempre foi natural na vivência das horas. Nunca aceitar a perversidade e a injustiça é questão de honra, contra os que se deleitam pelo pior.
Melhor, tudo isso, já calçado dos passos do hoje, levou-me a não baixar a cabeça diante do aproveitador, do momento de instabilidade para atacar, prodígio dos fracos. Reagir a isso me torna forte e constante aprendiz, fortalecido na minha fé e na minha faculdade do mundo, que forma o bem em vencer o mal.
Para enfrentar os dias de hoje é necessário olhar para trás, respeitar o que passei, orgulhar-me de meu legado, firmeza no patrimônio do eu, fazer o balanço dos erros e acertos, desprezar o que não acrescenta, e somar cada vez mais o que me eleva como ser humano. É preciso dizer a mim que sou bom, não me deixar levar pela ira nem por quem quer me atingir, pois ninguém sabe o que passei para chegar até aqui, nem precisa saber, pois não é digno de conhecer a minha história.
Essa biografia que começo a contar a MC, minha neta, só os fortes têm necessidade de honrar a história e contar o seu legado.
Serei forte, sim, e repetirei alto e a quem queira ouvir, sou senhor do meu destino e capitão da minha alma.
Amo a vida, e a mim, e a quem eu posso dizer que amo.
Aos meus leitores de domingo, que me orgulham com seus feedbacks, que me impulsionam na semana: gratidão sempre!
De um dia de domingo
Carlos Marques Dunga Jr