(Devemos tomar muito cuidado, para não colocarmos em risco
nossa dignidade, pois dignidade perdida será cem vezes mais
difícil de se recuperar que o tempo que levamos para construí-la.)
(Ivan Teorilang)
Como diz o Antigo Testamento ao mencionar que o homem foi feito a imagem e semelhança de Deus. Ao meu ver, a dignidade é a consciência do próprio valor; honra; modo de proceder que inspire respeito, distinção; e amor próprio.
A dignidade é uma qualidade inerente aos seres humanos enquanto entes morais: na medida em que exercem de forma autônoma a sua razão prática, os seres humanos constroem distintas personalidades humanas, cada uma delas absolutamente individual e insubstituível.
Vivemos num mundo onde há enorme contingente de pessoas e óbvia carência de fraternidade. O mundo cresceu a multidão aumentou os problemas dos homens também, a tecnologia evoluiu, e tornou-se mais eficaz e busca ser o seu próprio fim.
O princípio da dignidade da pessoa humana constitui o critério unificador de todos os direitos fundamentais, o qual todos os direitos do homem se reportam, em maior ou menor grau. Porém uma das dúvidas que cercam a utilização desse princípio em casos concretos, é sobre o seu caráter ser absoluto ou não.
Em tempos que decorrem, seria de esperar uma sociedade civilizada, na qual houvesse respeito e ajuda mútua. A crise afeta grande parte do globo mas, em vez união, chegam-nos notícias de guerras civis, homicídios e destruição, isto é, violência. Para viver, o Homem necessita de, pelo menos, meios para satisfazer as suas necessidades mais básicas, como por exemplo a fome.
Como é possível que, hoje em dia, ainda surjam relatos de milhares de crianças que morrem à fome no continente africano, se o direito ao alimento é universal? Isto só pode significar uma coisa: é cada vez mais difícil cumprir aquela declaração que se diz ser universal, ainda mais quando a sociedade é cada vez mais individualista e cada um luta pela sua própria sobrevivência.
Crianças de todo o país (e mesmo do resto do mundo) pagam um preço adicional pelos seus estudos que é a humilhação e a consequente perda da dignidade humana. Quer dizer, não a completa perda da dignidade mas o não reconhecimento da mesma. E se é um ser humano, essa dignidade pertence-lhe por “direito”. Não seja ele um outro animal qualquer…
Ingá, agosto de 2014