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Blog do Vavá da Luz

Condomínio Residencial HC (Marcos Pires)

Marcos Pires

 

No último sábado tive o prazer e o privilégio de almoçar com algumas das mentes mais privilegiadas da região. Éramos poucos ao redor de uma mesa onde o casal anfitrião nos brindou inicialmente com flutes de Krug Clos d’Ambonnay. Naquele ambiente tranquilo comentávamos o lançamento do Residencial HC, ali perto.

Inicialmente deve ser dito que os adquirentes têm motivos para temer a ação da Policia Federal e do Judiciário, principalmente agora, quando a Lava-jato se aproxima da Paraíba. O novo prédio disporá de duas saídas subterrâneas, uma descendo do Altiplano em direção ao mar e a outra dirigida ao rio, de modo a permitir aos seus ocupantes livrarem-se das incomodas visitas matinais da PF.

Foram contratados especialistas para prepararem os futuros condôminos às situações adversas que poderão enfrentar na hipótese de não conseguirem se livrar. Os interessados terão curso gourmet de adaptação do paladar às quentinhas que são servidas no xadrez, fazendo parte desse treinamento inclusive o ensino de como cortar carne de terceira usando garfos e facas de plástico.

Aliás, por falar em comida, naquela altura do nosso almoço os anfitriões serviam um escolhido vinho Petrus, Pemerol, para acompanhar os cogumelos matsutake. Os amigos ao redor da mesa comentavam que nas aulas do novo prédio será ensinado o convívio em celas, com cuidados especiais para o banho coletivo dos presos, principalmente nos momentos em que o sabonete cai no chão e o detento tem que se abaixar para apanhar. Serão feitos treinamentos conjuntos (networks) com os condôminos para ensinar a divisão de tarefas no cárcere, como higiene das celas e uso do boi (buraco que substitui os vasos sanitários).

Há ainda a assessoria jurídica dos condôminos para garantir que não serão presos por sentença de um Juiz comum. Visando preservar seus status só através de decisões do STF. Prisão domiciliar com o uso de tornozeleiras eletrônicas desenvolvidas pela Apple em conjunto com a Pierre Cardin.

Fechamos o almoço com um soberbo Romanee-Conti La Tache Grand Cru Monopole, que caiu esplendorosamente com a omelete de lagosta e caviar, igualzinha à que é servida no Norma’s, do Le Park, em Nova Iorque. Mas fizemos um brinde final, desejando aos moradores do HC tudo de ruim pelo que eles fazem ao nosso amado país.

Em tempo, nenhum dos presentes ao almoço tem emprego público ou está metido em licitações.