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BANQUEIROS SABIAM DO REVEILLON! (MARCOS SOUTO MAIOR (*)

MARCOS

                As festividades do ano seguinte são tradicionais em todo o mundo, com destaque para monumentais girândolas coloridas com disparos estridentes de canhões com pólvora, exatamente marcados pela passagem do ano novo e com detonação comandada por meios modernos de técnicas exatas. Por simples coincidência, foram eleitos também, no mesmo dia e hora, em vários Estados, assanhando a repetitiva bandidagem para assaltos às indefesas caixas eletrônicos de todo o Brasil, mormente, quando o limitado contingente da segurança pública, ser de praxe reforçado para cobrir todos os locais com festas organizadas nas cidades. Aí ficou muito fácil para os meliantes, arrumaram as malas com veículos roubados, cheios de armas letais e munição nova à vontade, para não dar xabu, exatamente à meia noite do derradeiro dia do ano!

                O céu ficou colorido e explosões de tiros de canhões espocaram entoando pelas ruas completamente vazias dos setores bancários, sem nenhuma viatura policial e o sistema de cobertura pelas câmeras de segurança interna, em tempos de réveillon, somente são vistas e anotadas no dia seguinte. É lamentável, e já faz muito tempo que os bancos são facilmente assaltados e depredados em todo o país, também pelo conhecimento do dia exato dos pagamentos de servidores públicos e privados, facilitando o êxito dos criminosos na detonação das agências. A única novidade de enfrentamento das explosões de bancos ocorreu em 2011 quando o golpe já era realizado na França, Bélgica e Suíça, todos desejando, para aplicar no sistema bancário brasileiro, em no máximo dois anos. Eram técnicas de utilizar o mela-mela com ‘tinta rosa’ nas cédulas que restavam nos cofres arrombados para destruí-las imediatamente. Todavia o protocolar Banco Central expediu ordem imediata, ao tempo em que terminou por transferir responsabilidade para a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e, da Tecnológica Bancária (TecBan) que logo começaram a derramar tintas nas cédulas que sobraram, chegando ao ponto de circularem nas mãos de pessoas imprudentes! Depois da desastrosa experiência, os bancos silenciaram e ninguém mais falou a respeito.

Dados da fabulosa contabilidade dos lucros dos bancos no país, no 3º trimestre de 2014, alcançaram em primeiro lugar o Itaú Unibanco com R$ 4,286 bilhões, seguido pelo Bradesco com R$ 3 bilhões de reais e o Banco do Brasil caiu para terceiro lugar com R$ 2,704 bilhões, o que dá para demonstrar dinheiro suficiente no direcionamento urgente para o minguado item da segurança bancária disponibilizar uma merreca insignificante, mesmo assim, acabaria com as festas dos assaltantes de bancos e de transportes de valores. De outra banda, embora combatível e determinado, o relato jornalístico mostrou que o movimento sindical bancário do país apenas se preocupa com o período do dissídio coletivo anual trabalhista, para reajustar salários e gratificações. Recentemente, a ousadia criminosa chegou a ponto de gerentes de bancos e até seus familiares, serem sequestrados, em pleno momento de movimento bancário, para garantir o saque monetário sem riscos.

Os banqueiros sabem tudo e mais alguma coisa, desde muito tempo, e com soluções de dispêndios mínimos financeiros para gerar atitudes eficientes acabando com criminosos enriquecidos com explosão de caixas eletrônicos.                                                                                                                                                                                    (*) Advogado e desembargador aposentado

> Publicado no Jornal da Paraíba, Correio de Sergipe, Tribuna de Alagoas e, portal InformePB <