Ao acordar hoje e ver os raios do dia, você reparou nas cores?
Por vários momentos não percebi as cores ao amanhecer. Por muito tempo combinei a cor da meia com o sapato, e a calça e a camisa… Procurava sempre acomodar-me aos tons já de costume, azul e branco, mas, as cores do amanhã, que me recebia sempre, o mais que notava era se chovia ou o tempo estava aberto ao sol.
Estudando o comportamento e propósito das gerações em que me debruço, “baby boomers”, X, Y, Z, Alfa, e o que acontece pós pandemia, analiso que sempre discutiam esse momento e eram criadas várias teorias para construção do propósito. A omissão da visão sistêmica era ocultada, apresentada na modernidade ainda de modo tímido e na pós modernidade de maneira líquida.
Parei eu, em meados da primeira década de 2000, e analisei quando acordei que, da minha janela e fresta da porta para a rua, no amanhecer, existia uma mensagem para o meu dia e embasamento de meu propósito, que seria por mim observado com mais fundamento desde aquele momento.
Tinha uma certa tonalidade a mais que jamais havia enxergado: na parede da primeira esquina da minha rua, que o coqueiro que soprava as palhas na vizinha era um sonoro despertador para o hoje, que o café posto na mesa com um pão assando e queijo, e as fatias de mamão e laranja, tinham cores do dia perfeito.
Olhando para minhas roupas, nem sempre a tonalidade era a que eu queria, e sim a que dispunha, pois, na rapidez das coisas, quem nunca vestiu a primeira camisa que encontrou na frente, sem se permitir a escolha? E, assim, segui os passos e a caminhada, prestando atenção nas cores do dia: refletiram justamente a decisão que eu tinha escolhido como âmago de meu propósito.
Procurei mudar percursos e caminhos, na descoberta do tom das novas cores, e já vislumbrava cenários que me acrescentavam o dia bom. Calei a notícia matutina, que falava de dor, morte, em troca de uma poesia matuta de verso, puro e são, e, para falar como sempre, o papo reto, essas mesmas estradas pelas quais muitas vezes passei, sem enxergar suas cores e mensagens, embriagado na visão retida ao não querer ver o todo.
Ter coragem, desbravar, acrescentar… crescer enquanto ainda era tempo; abrir os olhos para pisar em terreno firme; pisar com os pés no chão e sentir o quente, o molhado, o frio, a lama, sem deixar deslize nem rastro ruim, e sim pegadas para serem seguidas pelos que também enxergavam.
Nesse novo momento de visão sistêmica, pude compartilhar com os outros sentidos, sabores e cheiros que traduzem paz e harmonia. Eu, agora, “Capitão da Minha Alma, Senhor do Meu Destino” (Napoleon Hill), vejo, no final de cada dia, a esperança nas novas cores do amanhã que se aproxima, para que eu encontre cores sempre, e muita luz na caminhada que segue.
Entendendo cada vez mais as relações das gerações que sucedem os tempos, onde houver esperança, coragem, bem, paz, sabedoria, valorização do outro, existirá amor – aquele ensinado pelo Deus vivo… basta mesmo que se enxerguem as cores.
Perguntando: Hoje, ao acordar, definiu 3, 4, 5 ou mais cores, que passaram na sua frente, e podem ser representadas em construção do seu propósito de vida?
Dunga Júnior
De um dia de Domingo
21/08/2022