Como se não bastasse as derrotas que o seu grupo político vem acumulando nas últimas eleições, o prefeito de João Pessoa, Luciano Cartaxo (PV), achou por bem de apostar no menos provável, a sua ex-secretária de Educação Edilma Freire.

Nada contra a pré-candidata à Prefeitura de João Pessoa. Nem estamos discutindo, aqui, a sua competência profissional. No tocante à questão eleitoral, entretanto, não é absurdo nenhum prever que Edilma pode ser mais um fiasco político, oriundo do grupo dos Cartaxos.

Vantagem
Apenas um fator pode concorrer favoravelmente à candidata cartaxista: o fato de ter sido ela uma escolha caseira, familiar e pessoal do atual prefeito da Capital, que continuará no comando do município ao longo de todo o processo eleitoral, com uma caneta transbordando de tinta e a prerrogativa de tirar ou por quem quiser em alguns milhares de cargos públicos.

Desvantagem
Afora esta vantagem – bastante discutível, considerando que os Cartaxos só têm acumulado derrotas nos últimos pleitos, Edilma acumula muito mais contras do que prós.

Senão vejamos: primeiro, a pré-candidata é uma ilustre desconhecida do grande público pessoense e numa eleição afetada por uma pandemia mundial em que o isolamento e o distanciamento sociais pautam a relação entre as pessoas, ser desconhecido pode ser fatal.

Mesmo que por ventura a ex-secretária de Educação venha a ter todo tempo do mundo no guia eleitoral de rádio e televisão, nada se compara a uma campanha tocada à base do corpo-a-corpo, do abraço e do aperto de mão.

Pegou mal
Outro fator que soou desafinado sobre a escolha de Edilma para pré-candidata foi o critério que prevaleceu sobre a preferência por seu nome: o “cunhadismo”.

A propósito, imediatamente após o anuncio da escolha, alguns articulistas comentaram que a indicação de Edilma, além de ter sido uma opção doméstica, familiar, apenas atendeu aos caprichos da primeira-dama do município de João Pessoa, a doutora Maísa Cartaxo.

Banho maria
O fato de Luciano Cartaxo haver cozinhado por muito tempo outros dois auxiliares seus – Diego Tavares e Socorro Gadelha -, para depois indicar um nome em que poucos apostavam, a não ser que prevalecesse o critério familiar, envernizou de antipatia à pré-candidatura da ex-secretária de Educação do município.

Desdobramentos
Pelas movimentações transcorridas desde que Cartaxo anunciou concunhada como pré-candidata à sua sucessão, é razoável projetar que os outros dois preteridos pelo “cunhadismo” tomarão rumos adversos ao projeto político de Luciano Cartaxo.

Logo após oficializada a indicação de Edilma, o ex-secretário Diego Tavares emitiu uma carta escrita em termos elegantes, sem anúncio de rompimento, mas deixando transparecer, nas entrelinhas, que está na condição de franco-atirador, livre como um açor ávido para um voo de rota fora das epextativa dos Cartaxos.
Quem sabe a ave não irá parar no punho do caboclinho falcoeiro…

Observando
Atentem para o fato de Diego Tavares ser primeiro suplente da senadora Daniela Ribeiro; atentem também para o detalhe de ser Cícero Lucena um projeto do mesmo partido dos Ribeiros.

O que o nobre leitor, a partir desses fatos, arriscaria prognosticar…

 

Wellington Farias
PB Agora