Análise – Nilvan já se deu conta de que está sendo enrolado pelo MDB: “Meu partido é o povo”
O comunicador Nilvan Ferreira, cajazeirense que se lançou à pretensiosa aventura de disputar a sucessão do prefeito Luciano Cartaxo (PV), na Prefeitura de João Pessoa, sinalizou já haver entendido que pode estar sendo “enrolado” pelo seu próprio partido, o MDB de José Maranhão.
Nas redes sociais, Nilvan Ferreira postou foto cumprimentando populares sob a legenda: “Meu partido é o povo”. Referência zero ao histórico partido controlado por Maranhão, na Paraíba. Um recado subliminar à cúpula emedebista da Paraíba? Ao que parece, sim.
O comunicador, que tinha um discurso bolsonarista, e terminou caindo na lábia de José Maranhão para embarcar nas fileiras emedebistas, parece que já entendeu o que todo mundo já tinha entendido: se o seu sucesso nesta empreitada depender dos esforços maranhistas e do próprio MDB, tá difícil pra ele.
A menos, é claro, que haja uma mudança radical no xadrez da sucessão, de forma que outros pretendentes à Prefeitura de João Pessoa – os graúdos e calejados – por alguma razão qualquer saiam do páreo da disputa que já está nas ruas.
Candidato, mas…
Nilvan está filiado ao MDB e, sem dúvidas, é pré-candidato do partido à sucessão municipal. Só não tem contado, até agora, com o empenho do cacique José Maranhão, nem da sua tribo. Não se vê um só emedebista apostando uma pataca sequer no nome de Nilvan, tampouco trabalhando por ele.
Se porventura Nilvan Ferreira se eleger prefeito de João Pessoa – o que não é impossível – terá sido pelos seus próprios méritos e esforços. O MDB, além de não ajudar, ainda prejudica, na medida em que fica articulando entendimentos com outros candidatos – notórios adversários de Nilvan e que, nem de longe, admitem a possibilidade de serem vice na chapa emedebista.
Não devia
É comum se ouvir da parte de eleitores que, em outras circunstâncias naturalmente votariam em Nilvan, que ele jamais deveria ter ingressado numa legenda que tem dono e, sobretudo, num partido onde ele dificilmente terá condições de levar adiante a bandeira bolsonarista, que havia abraçado no começo. Até mesmo por uma questão de coerência. Afinal, o bolsonarismo posa de diferente especialmente da raposada da política. Nunca, foi, mesm faz de conta que é.
No MDB, Nival Ferreira perdeu a embocadura para trombetear no tom de antes, e não tem a liberdade de comandar os seus próprios passos, tendo ficado manietado pelo experiente José Tarcíno Maranhão, que é quem de fato decide tudo no partido.
Wellington Farias
PB Agora