Pular para o conteúdo

Blog do Vavá da Luz

A nossa bomba atômica. (Marcos Pires)

A nossa bomba atômica.

Marcos Pires

Um dos filhos do Capitão Bolsonaro pregou a necessidade do Brasil ter uma bomba atômica. Se não me engano deixou subentendido que se tivéssemos a bomba o nosso “querido” Maduro não estaria fazendo aquelas gracinhas com a população venezuelana.

Desocupado como sou, dedicado ao nadismo (que vem a ser a ciência de não fazer absolutamente nada) firmei alguns convencimentos sobre tão importante hipótese. Primeiramente pensei que não daria certo o governo encomendar a construção da tal bomba atômica aos professores de nossas Universidades. Claro que competência não lhes falta, mas depois que o Ministro dos chocolates cortou 30% das verbas deles, correria sério risco de desenvolverem uma bomba que explodisse nas mãos de quem a encomendou, só de brincadeira. Também pensei que uma licitação para a construção da bomba atômica, de igual maneira, não daria certo. Depois desses escândalos todos, muito provavelmente a empresa ganhadora da licitação iria terceirizar o serviço e encomendar o trabalho a uma fábrica de fogos de artificio. Já pensaram se na hora H desse chabú? “- Bem feito, quem mandou não usar fogos caramuru? ” , diria o bebinho na porta do bar.

Portanto, a solução mais viável seria comprar uma bomba já pronta, ainda que fosse de segunda mão. Mesmo que já tivesse sido detonada. Só o boato de que tínhamos a bomba já assustaria nossos prováveis inimigos. E brasileiro é excelente quando se trata de espalhar um boato. Também evitaríamos que o pessoal do estoque onde a bomba viesse a ser armazenada roubasse peças para vender em sucatas.

Os especialistas em bombas atômicas que consultei no bar do Zuca elegeram os três piores inventos da humanidade; 1 – a bomba atômica; 2 – as drogas e 3 – aquele coraçãozinho feito com as mãos. No entanto o nosso Gil, decano do bar, foi incisivo: “- Ô Doutor Marcos, o Brasil não precisa de uma bomba atômica não. Precisa é de uma dessas bombas de efeito moral para soltar no Congresso. O senhor acha que faria efeito na moral de certos parlamentares? ” Como não entendo de bombas deixei de responder, mas lembrei de Carlos Melo. Ele conhecia um doido em Campina Grande que tinha uma teoria esquisitíssima; só viajaria de avião quando pudesse embarcar com uma bomba. É que a probabilidade de existirem duas bombas num mesmo avião é quase impossível.