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A MÃE NATUREZA ESTÁ CHORANDO (Rui Leitão)

Quando as águas caem de forma torrencial sobre o solo gaúcho é a natureza chorando. E fazem com que choremos também com sentimento de culpa. Ela está sofrendo, reclamando, há muito tempo, e fazemos de conta que não percebemos. Mas ela reage. Não aceita que governantes irresponsáveis permaneçam sendo coniventes com atos criminosos, pouco se importando com o futuro. O negacionismo climático que insiste em afirmar que o aquecimento global é uma invenção nascida nas universidades e que é uma teoria de dominação dos globalistas, concorre para que enfrentemos essas adversidades. Esse é um fenômeno que preocupa, porque não se trata simplesmente de um comportamento de rejeição às evidências científicas, mas de uma ação estratégica de determinados grupos políticos, mobilizados por interesses diversos, ignorando as conseqüências da devastação ambiental.

O Brasil pranteia mais um desastre, porque está sofrendo com o descaso humano com a natureza. Assistimos consternados milhares de famílias sendo vitimadas por essa tragédia ambiental, e nos comportamos como se isso tudo fosse uma surpresa. Não é. Somos cúmplices dessa catástrofe. A Mãe natureza, nossa progenitora, decidiu afirmar o quanto temos sido ingratos com ela. A espécie humana, sentindo na pele, a dor em resposta à crueldade cometida.

A humanidade está esquecendo o quanto a natureza é bela, e, por isso mesmo, tem se tornado tão inconsequente. Os filhos dela estão vendo agora porque experimentam esses sentimentos de luto e desespero. Famílias inteiras mortas e milhares desabrigadas. Ficamos sem saber o que fazer para conter esse caos que nos assusta. Será que, enfim, ela resolveu nos advertir, com sua dor, que precisamos encará-la com a responsabilidade e o respeito que faz por merecer?

A tragédia vem com o propósito de fazer com que acordemos para o fato de que estamos sempre a atacando, como se dela não precisássemos? Livremo-nos de motivos tão mesquinhos, dando incerteza à vida, causando desesperança, semeando tempestades e aflições, colhendo os frutos das maldades que temos praticado. Que o choro da natureza no Rio Grande do Sul, nos sirva de alerta, para que passemos a respeitá-la como Mãe, que nos foi oferecida pela Providência Divina. Escutemos o seu pedido de socorro. Não abusemos do que ela nos oferece. Sem ela ninguém sobreviverá. Não há dúvidas de que se continuarmos assim, a maltratando, ela acabará conosco lentamente. Nós fazemos parte do meio ambiente, se o destruirmos, também seremos destruídos. Não deixemos que a natureza perca a sua beleza admirável. Conscientizemo-nos de que precisamos cuidar do nosso mundo com amor. Preservemos a natureza que é o nosso lar. Fortaleçamos a educação ambiental e científica, combatendo, com veemência, a desinformação e agindo energicamente com sanções contra os que teimam em afirmar que as crises climáticas são mentiras. Estamos testemunhando com tristeza o quanto elas são verdadeiras.

Rui Leitão