Eduardo e Renan, dadas as respectivas folhas corridas, contribuem muito para desmoralizar o Congresso brasileiro, que é a encarnação de um dos Poderes da República. Nosso Congresso é um Parlamento atrofiado, com a moral no lixo, interessa a um Executivo hiper-atrofiado.
Vejam que em qualquer democracia há menos espaço constitucional do que a pretensão de cada um dos poderes constituídos. Porque, quando um se omite ou tem de passar mais tempo se explicando do que o exercendo suas funções legais, o outro ocupa espaço. Mas, a Dilma faz um governo um pouco abaixo da linha da mediocridade. Seu grande ativo é sua reputação de severa, de intolerante com a corrupção. Ela é vista por uma boa parcela dos brasileiros como uma “ não política “, imune a bandalheira.
Entregar o comando do Congresso a Cunha e a Calheiros – eles mal conseguem responder a um levantamento superficial sobre sua trajetória recente – sem nem um protesto ou muxoxo é, mais uma vez acovardar-se. Um Congresso desmoralizado poder ser interessante para o Planalto, sim. Estou lembrando que o partido tem a responsabilidade que os governistas não têm, que é VIGIAR O GOVERNO E SUAS RELAÇÕES COM O CONGRESSO .Certo dia, li uma matéria do jornal britânico que afirmou que no Congresso brasileiro “a raposa está frequentemente cuidando do galinheiro” Creio que isto é uma vergonha para nós brasileiros !Esse mesmo jornal britânico comenta que ainda a presidente Dilma Rousseff não consegue assegurar a lealdade do Congresso.
Vejam que na semana em que a Câmara se comportou como ringue de luta livre, ficou nas mãos do Supremo definir como serão as regras do processo de impeachment e quais os limites que Eduardo Cunha tem para manobrar o Parlamento a seu favor. Quem aposta no tudo ou nada, corre sempre o risco de ficar com nada. Ao optar por uma tática de enfrentamento, o governo da presidente Dilma Rousseff acabou sofrendo um revés logo na primeira batalha.
Observem também que a carta do vice-presidente Michel Temer revelando as suas mágoas com a forma como era tratado antecipou o clima que construiu a derrota. Enquanto isso, Cunha manobra ao máximo para acabar a própria pele, no processo de cassação que também sofre no Conselho de Ética. Novamente a partir de métodos questionáveis. Já há quem cobre outra vez uma intervenção do Judiciário que diga se Cunha e seus aliados vêm ou não extrapolando limites na condução que fazem, que já adiou sete vezes o início da votação do processo de cassação do presidente da Câmara.
Afirmo. Estará nas mãos da Justiça a solução para a crise política que se instalou no país.!