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A CAMINHO DO REI MOMO ( MARCOS SOUTO MAIOR (*)

 

                               Este ano, os veraneios das belas praias nordestinas foram espichados para primeira semana de março. Isto porque, as férias escolares, oficialmente, terminaram em 31 de janeiro, em seguida, iniciando as aulas e os pagamentos de mensalidades da estudantada de todos os níveis. Tudo por conta do reinado de Momo, que ficou para a primeira semana de março de 2014.

                               Atualmente, os blocos de ruas não têm o que despender com muito esforço para colocar suas alas bem vestidas, carros alegóricos, batucadas, orquestras de frevo e, em muitos Estados, o carnaval passa como se fosse um simples feriado normal.

                               Mesmo com dificuldades, milhares de reis Momos e suas respectivas Rainhas, em todo país, concorrem eleições para abiscoitar a faixa, a coroa real, o cetro, sem falar na roupa bordada de cores fortes cintilantes sacudindo os guizos pregados na manga do paletó vermelho.   

A História diz que parece ter sido na Espanha, a figura de um boneco que terminava queimado, amenizando o impacto da morte de Jesus Cristo, propiciando a ressurreição, dentre muitas historietas.

Há também a estória do Rei Momo ser filho do Sono e da Noite, e era tido como o Deus da festividade, sendo brincalhão, descontraído, atrevido, irreverente, sarcástico e tinha mania de ridicularizar os demais deuses. Por esta razão foi expulso do Olimpo e despachado para a Terra onde encontrou espaço suficiente para institucionalização do Carnaval. Todo mundo pergunta o porquê da exigência do Rei Momo ser gordo, quando era apenas para simbolizar muita fartura e bebedeira, conforme a mitologia grega registra. Contudo, a exigência técnica impõe, no mínimo, 120 quilos de peso aos candidatos. Somente em 1910, no Rio de Janeiro, o palhaço negro Benjamin Oliveira incorporou-se ao espírito do Rei Momo e desfilou no carnaval carioca.

 Ainda na cidade maravilhosa, do Rio de Janeiro, o recorde de maior vencedor de eleição para Rei Momo, é destaque para Abrahão Reis, com quatorze conquistas, de 1958 a 1971. A oficialização do concurso somente deu-se em 1968, em lei estadual, vencendo Moraes Cardoso.

Assim como no regime imperial brasileiro, também no Carnaval, houve profundas modificações, como a exposição de nudismo em carros alegóricos das escolas de samba, do Rio e de São Paulo, com disputas acirradas pelas letras e músicas, além da infelicidade da penetração do tráfico, ali e acolá, se envolvendo abertamente, no comércio criminoso da cocaína.

Neste difícil instante para o inseguro Brasil, avaliar o que é bom ou ruim no Reinado de Momo, é impossível, quando falta autoridade nos governos, federal e estadual, para impedir os mascarados do Black Blocs, incendiando, quebrando, furtando, roubando, furando, ferindo e até matando sem motivação! 2014 é ano de muitas mudanças, sejam o que for…

                                                                (*) Advogado e desembargador aposentado