Marcos Pires

              Não, não vou fazer aqui uma retrospectiva do ano que finda, mesmo porque os fatos que marcam 2019 estão sendo tão fortes que ninguém vai esquecer tão cedo deste ano. Tenho para mim, inclusive, que se medirmos e pesarmos esses acontecimentos, daria pra preencher uns três anos normais e ainda sobrava troco para uns seis meses a mais.

   Pegar leve neste último escrito de 2019. Por exemplo, como praticante do nadismo (arte de não fazer absolutamente nada, que aqui na Paraíba só tem dois adeptos; eu e Murilo Paraiso), cheguei à brilhante conclusão que as pessoas nascidas em setembro muito provavelmente são produtos de algum réveillon, pois não? Aliás, seguindo no nadismo, já repararam que as pessoas usam a expressão “ano novo” quando não sabem escrever corretamente a palavra réveillon?

   Essa coisa de fim de ano tem sempre umas questões que se repetem e nunca chegam ao fim, como por exemplo a cor da roupa a ser usada na virada do ano. Por acaso entrou dinheiro na conta bancária do pessoal que usou cueca amarela no réveillon passado? Amiga minha vai usar toda a roupa de uma única cor, bege. É que disseram a ela que é uma simpatia segura para emagrecer…é cada uma!

   E tem as metas, né? Nerivam prometeu ser mais paciente em 2021. Confessou que para 2020 não dá mais, já tem muita raiva estocada para gastar. E Macarrão, o “chef de cuisine” da padaria Bonfim disse que a meta dele é simples: o que vier é lucro. O engraçadinho do senhor Z. cunhou uma frase para brindar os amigos: “- Com vocês é ano novo, divida nova”.

   Tem também as superstições, como pular sete ondas. No caso daquela pessoa em quem estou pensando e tenho certeza que vocês adivinharão quem seja, recomenda-se ao invés das sete ondas procurar saltar sete tsunamis.

   E aquele meu amigo raivoso está louco que acabem essas festividades de natal e ano novo para poder voltar a ter raiva dos vizinhos e do resto do mundo. Ele acha que é pecado ter raiva nessa época, então dá uma debreiada na bilirrubina.

   Por mim este ano bem poderia ter acabado logo depois do carnaval. Sinceramente espero que depois de tantos êitas neste 2019, o nosso 2020 seja recheado de ôbas!

   Saúde, paz e grana