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Blog do Vavá da Luz

Sete cidades do Sertão da PB vivem colapso e mais de 60 mil pessoas têm contas de água suspensas

No Sertão, a população vem sofrendo racionamento. Em Patos, por exemplo, que possui mais de 100 mil habitantes, a cidade foi dividida em quatro setores. Cada um deles recebe água durante três dias e passa um dia sem água

Reprodução/ Facebook/ Padre Djacy

  • Cidades enfrentam colapso
Cidades enfrentam colapso

 

Pelo menos sete cidades do Sertão da Paraíba estão sofrendo colapso no abastecimento d’água desde o início deste ano por conta da seca e a empresa de abastecimento do estado, a Cagepa, teve que suspender as contas 66 mil moradores.

Os municípios onde não há mais água nos mananciais para serem distribuídas nas torneiras das moradias são Triunfo, Carrapateira e São João do Rio do Peixe, na região de Cajazeiras, a 468 quilômetros de João Pessoa; Nazarezinho, na região de Sousa, a 427 quilômetros da Capital; e Taperoá, Emas e Imaculada, na região de Patos, a 320 quilômetros de João Pessoa.

De acordo com o gerente regional da Cagepa em Cajazeiras, Cleudismar Alexandre, não há mais como levar água aos moradores dessas cidades e se não chover até maio de 2015, o suficiente para que os mananciais acumulem água, o colapso poderá atingir até 80% das cidades do Sertão do estado.

Ele informou que o manancial que abastece a cidade de Carrapateira, por exemplo, está praticamente seco. O açude tem capacidade para 343 milhões de metros cúbicos de água e está com apenas 663 metros cúbicos, segundo dados da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa).

Famílias enfrentam a falta d'água com prolongamento da estiagemFoto: Famílias enfrentam a falta d’água com prolongamento da estiagem
Créditos: Reprodução/ Facebook/ Padre Djacy

Sem água para abastecer os moradores, a Cagepa está perfurando quatro poços artesianos para amenizar o problema através de carros pipa. Outra medida para tentar diminuir o sofrimento das pessoas por alguns dias foi estender a rede de captação para transportar água do açude do distrito de Bom Jesus.

“A situação é dramática. No açude Lagoa do Arroz, em Cajazeiras, de onde é retirada água para que carros pipa abasteçam áreas que estão em estado crítico, existem somente dez milhões de metros cúbicos, ou seja 12% da capacidade do açude e a perspectiva é que daqui a 100 dias, o manancial poderá entrar em reserva mínima”, alertou.

Sem água nas torneiras, população sai à procura delaFoto: Sem água nas torneiras, população sai à procura dela
Créditos: Reprodução/Facebook/Padre Djacy

Na região de Patos, são três cidades que entraram em colapso, mas a perspectiva é de que daqui a mais três ou quatro meses, a cidade de Princesa Isabel que possui 21 mil habitantes, também estará na lista dos municípios sem abastecimento da Cagepa.

Nos maiores municípios do Sertão, a população vem sofrendo racionamento. Em Patos, por exemplo, que possui mais de 100 mil habitantes, a cidade foi dividida em quatro setores. Cada um deles recebe água durante três dias e passa um dia sem o fornecimento.

Os dois açudes que abasteciam a cidade, a Farinha e o Jatobá, já secaram. A distribuição em Patos ocorre através de uma adutora que traz água do açude de Coremas que fica no município do mesmo nome, a 70 quilômetros de lá. O manancial tem capacidade para acumular 720 milhões de metros cúbicos de água e está com 206 milhões, ou seja 28% da capacidade.

A distância percorrida para que a água chegue a Patos criou outro problema. Segundo a gerência regional da empresa de abastecimento, são constantes os defeitos apresentados pela adutora devido às populações das zonas rurais instaladas pelo caminho onde a tubulação passa; elas interferem nos equipamentos, numa tentativa de captar água. As zonas urbanas de praticamente todos os municípios do Sertão estão contando somente com a água de caminhões pipa, que nem sempre chegam regularmente.

Povo sofre e pede que a água venha do céuFoto: Povo sofre e pede que a água venha do céu
Créditos: Reprodução/Facebook/Padre Djacy

Na região de Sousa, a população da cidade de Nazarezinho não está mais recebendo água nas torneiras desde que as comportas do açude Engenheiros Avidos, conhecido como Boqueirão, foram fechadas devido à baixa no reservatório.

O manancial que tem capacidade para acumular 255 milhões de metros cúbicos de água está apenas com pouco mais de 30 milhões, ou seja, 12% da capacidade total, conforme dados da Aesa.

 

Portal Correio