Em João Pessoa, Bayeux, Cabedelo e Santa Rita, a Companhia de Água e Esgotos da Paraíba (Cagepa) abastece água para aproximadamente 913 mil usuários, sendo que em pouco mais de dez meses de 2014, a empresa identificou 1,9 mil ligações clandestinas apenas em quatro cidades da Grande João Pessoa. Na região da Grande João Pessoa, o órgão é responsável por 293 mil ligações que atendem aproximadamente 2,7 milhões de consumidores nos 194 municípios e 25 localidades abastecidos, segundo dados da Companhia.
O assessor de Planejamento e Gestão da Cagepa, Ricardo Benevides, afirmou que as ligações clandestinas são mais identificadas nas cidades paraibanas de médio porte. “Os números que temos são muito inferiores ao real porque é uma prática irregular concentrada em maior quantidade nas cidades grandes. No entanto, há registros de empresas e até de obras de construção de edifícios com ligações clandestinas”, frisou.
Em audiência realizada no dia 4 de novembro ficou acertado todo registro de ligação clandestina em sistemas de irrigação, indústrias, prédios públicos ou residências privadas será encaminhado para o Ministério Público que se encarregará da distribuição das informações para ações cíveis e criminais. O acordo foi feito entre o Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça do Meio Ambiente e dos Bens de Valor Artístico, Estético, Histórico, Urbanístico, Turístico e Paisagístico (Caop do Meio Ambiente), a Cagepa e a Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (Aesa).
Ricardo Benevides explicou que dois tipos de irregularidade são mais comuns: os conhecidos gatos e a derivação clandestina. O primeiro é a ligação clandestina sem conhecimento da Cagepa. O segundo é uma intervenção feita antes do hidrômetro e religada após o equipamento.
Por ano, a Cagepa trata aproximadamente 247 milhões de metros cúbidos de água que são distribuídos para os 194 municípios e 325 localidades atendidas pelo órgão. O assessor reforça que “as ligações clandestinas, além de consistirem em uma prática criminosa, tem sido recorrente como prova de desrespeito ao bem público“.
As denúncias contra ligações clandestinas podem ser feitas pelo serviço de atendimento da Cagepa, através do número 115. Não é preciso se identificar, mas dar as informações precisas do local onde está ocorrendo a irregularidade e ponto de referência.
Perda de água na PB chega a 38%
As perdas de água na Paraíba chegam a 38% dos 247 milhões de metros cúbidos anuais, segundo dados fornecidos pela própria Cagepa. A média nacional é de 39% e a projeção a médio prazo, segundo Ricardo Benevides, é reduzir em até 19% essas perdas. Mas isso depende da aprovação de projetos para realizar uma série de intervenções estruturais nas tubulações.
As perdas são a junção do que é perdido no volume de água com as perdas visíveis e as invisíveis. Segundo Ricardo Benevides, as perdas visíveis consistem na constatação de vazamento ou transbordamento em reservatórios e no processo de tratamento dágua. As perdas que a Cagepa contabiliza como invisíveis são as oriundas de ligações clandestinas, seja o conhecido gato ou derivação clandestina e do erro de medição. O erro de medição acontece quando o medidor, que tem vida útil de 5 a 6 meses, apresenta problemas e passa a medir abaixo do consumido.
Como saída para atenuar essas perdas, segundo Ricardo Benevides, em três anos, a Cagepa substituiu mais de 300 mil hidrômetros no estado, concluiu o sistema de automatação do abastecimento na Grande Campina Grande e está em fase de implantação em João Pessoa.
Redação com G1