Tambor, um lugar deserto,
Onde já foi prazenteiro
Das sombras dos juazeiros
Este lugar é coberto.
Quem passa lá, ver de perto
As plantas envelhecidas,
Onde houve muitas vidas
Está ficando pra trás
Quem saiu nem lembra mais
Daquela terra esquecida.
Confesso, não sofri tanto
Eu vivi neste lugar
Nunca pude melhorar
Mas ali foi o meu canto,
Me escondi nesse recanto
Só não sei se fui feliz
Não tive a vida que quis
Mas a que tive cuidei
De lá saí e não voltei
A minha vida eu refiz.
Tudo se torna um costume
Assim nos acomodamos
Não importa onde moramos,
Seja no baixo ou no cume
A vida ali se resume
O nosso mundo nós fazemos
Se esperar nós sofremos
Nunca teremos resposta
Por que a vida é quem posta
Tudo quanto nós fizemos.
Ingá, 11 de outubro de 2015