Estes são os modelos “eco-friendly” que poderão ocupar uma vaga na sua garagem até o ano que vem. Há modelos que fazem até 22 km/l de gasolina

Algumas cooperativas de São Paulo e Rio de Janeiro receberam unidades do Toyota Prius em suas frotas de carros em 2013
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Algumas cooperativas de São Paulo e Rio de Janeiro receberam unidades do Toyota Prius em suas frotas de carros em 2013

Enquanto cortava São Paulo numa manhã caótica para chegar ao trabalho – uma rara ocasião no banco do passageiro – tive a oportunidade de conversar com um taxista que já utilizou o Toyota Prius entre os carros de sua cooperativa para exercer a atividade, por dois anos. Apesar de estarmos  a bordo de um sedã Renault Logan, o homem demonstrava sentir muita saudade do híbrido japonês. Aquilo realmente chamou atenção, e ficou na minha cabeça.

Ele contou sobre uma viagem que fez a uma cidade no interior de São Paulo. Encheu o tanque e saiu para curtir o fim de semana com sua família. No retorno, decidiu completar o tanque do híbrido outra vez para mais uma semana de trabalho, e se surpreendeu quando gastou apenas R$ 20 para reabastecer. Isso o fez pensar sobre o futuro dos carros híbridos no Brasil.

“Se eu tivesse grana, compraria um sem pensar” disse o taxista. “Sei que o Prius custa mais ou menos a mesma coisa que o Corolla topo de linha. É um carro muito confortável, com eficiência de outro mundo”. De fato, o companheiro estava certo. A diferença entre o Corolla Altis e o Prius é quase irrelevante, levando em consideração alguém que tenha caixa suficiente para comprar um carro entre R$ 120 mil e R$ 130 mil.

O homem ficou surpreso quando contei que o preço de manutenção e seguro do Prius também está de acordo com o valor cobrado pelo Toyota Corolla, ou que seu coeficiente aerodinâmico é um dos melhores da história. No ano passado, tive a oportunidade de passar um tempo com o híbrido. O resultado você pode conferir na avaliação que escrevemos, com todos os detalhes sobre a razão pela qual trocar o Corolla pelo Prius.

Uma boa notícia para aqueles que não têm medo de apostar na eletrificação é que as fabricantes estão cada vez mais investindo no segmento de carros híbridos e elétricos. Felizmente, não estamos falando de estudos, mas de investidas de consolidação. Partindo da boa conversa com o taxista, a reportagem de iG Carros lista cinco carros híbridos e elétricos que serão vendidos no Brasil até 2019.

1 – Nissan Leaf

Nissan Leaf: após feedback de taxistas, ele será vendido oficialmente no Brasil a partir do ano que vem
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Nissan Leaf: após feedback de taxistas, ele será vendido oficialmente no Brasil a partir do ano que vem

Alguns taxistas de São Paulo e do Rio de Janeiro tiveram a oportunidade de dirigir a antiga geração do Leaf por alguns anos. A Nissan colheu os feedbacks e passou para a central japonesa. Dessa forma, teremos um Leaf mais “tropicalizado” no mercado quando ele for vendido oficialmente nas concessionárias. E isso já tem data pra acontecer: março de 2019.

“A mesma tecnologia que existe fora do Brasil precisa estar em nosso País”, disse Marco Silva, presidente da Nissan. “Acreditamos que eletrificação veio para ficar, e o Brasil não pode ficar excluído do que está acontecendo no resto do mundo. O Nissan Leaf tem potencial em nosso mercado, e nós não queremos que ele seja um carro de nicho”.

O planejamento para a chegada do modelo está bem encaminhado. A Nissan já adiantou que oferecerá oito anos de garantia para a bateria do Leaf, mas ficou devendo preço e versões.Em sua nova geração, o Nissan Leaf surge com uma bateria de 40 kWh, proporcionando autonomia de 240 km. Há também a opção de 60 kWh, que chega aos 320 km de capacidade. Sua potência fica na casa dos 149 cv, com 32,6 kgfm de torque.

2 – Volkswagen Golf GTE/e-Golf

Volkswagen e-Golf: trata-se da versão elétrica. Mas o híbrido GTE é capaz de fazer até 22 km/l de gasolina, diz a fabricante
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Volkswagen e-Golf: trata-se da versão elétrica. Mas o híbrido GTE é capaz de fazer até 22 km/l de gasolina, diz a fabricante

A Volkswagen trará as novas gerações do híbrido Golf GTE e o elétrico e-Golf para o Brasil. Quem fez o anúncio foi o próprio presidente da marca durante a apresentação do Virtus, no fim do ano passado.O executivo foi breve em sua declaração, e não especificou preços ou expectativas de venda. Apesar do nome, o VW Golf GTE é uma variação híbrida do modelo convencional, equipado com motor 1.4 TSI. O carro desenvolve 201 cv de potência, sendo aproximadamente 50 cv apenas do propulsor elétrico.

O e-Golf, por sua vez, é 100% elétrico. O carro desenvolve 136 cv e pode chegar aos 137 km/h. Sendo o modelo mais econômico da linha Golf, a Volkswagen declara que a versão elétrica pode atingir 300 km de autonomia. E que o híbrido GTE é capaz de fazer até 22 km/l de gasolina. As versões e-Golf e GTE fazem parte da estratégia da Volkswagen de lançar vinte carros novos no mercado brasileiro até 2020. O investimento em carros ecológicos também contribui para a renovação da imagem da VW, que esteve envolvida no caso de fraude no relatório de emissões conhecido como “Dieselgate”.

3 – Chevrolet Bolt

Chevrolet Bolt: um hatch elétrico com cara de monovolume. Destaque para a tecnologia embarcada
Caue Lira/iG

Chevrolet Bolt: um hatch elétrico com cara de monovolume. Destaque para a tecnologia embarcada

Ele esteve em nossa redação há alguns meses, e deixou todos muito surpresos por toda a tecnologia embarcada. Não resisti, e acabei levando o Bolt pra casa sob os olhares curiosos de todas as pessoas na rua. Você já imaginou como é acelerar e frear no mesmo pedal? É exatamente isso que ele faz, aproveitando a desaceleração das frenagens (ou a energia cinética que é perdida em carros convencionais) para recarregar a bateria.

Ainda restavam algumas dúvidas sobre ele. Por exemplo, o quanto de bateria conseguiria carregar em uma descida. Levo o Bolt para a Vila Madalena, bairro conhecido pela quantidade de ladeiras, e deixo-o “despencar” no modo de recarga. Em 300 metros de descida, o Bolt foi capaz de regenerar dois quilômetros de autonomia. Ótimo número, não?

Conforme a fabricante, o Bolt pode rodar, em média 383 quilômetros até precisar de recarga. Mas isso pode aumentar bastante conforme o modo de direção selecionado, o trajeto, a temperatura ambiente entre uma série de coisas. Pouco se sabe sobre a abordagem da GM sobre o novo Bolt. É dado como certo que o carro será vendido no Brasil. Mais uma vez, os planos de uma montadora esbarram no atraso do Rota 2030, que deve ser aprovado pelo governo federal nas próximas semanas.

4 – Toyota Prius Flex

Toyota Prius:o mais econômico do Brasil (18,9 km/l na cidade), representando uma economia de cerca de R$ 3.600/ano.
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Toyota Prius:o mais econômico do Brasil (18,9 km/l na cidade), representando uma economia de cerca de R$ 3.600/ano.

Achou que o Prius ficaria de fora da nossa lista? O híbrido mais vendido do Brasil está sendo testado com uma nova motorização híbrida flex, já que os carros brasileiros também gostam de beber etanol. A Toyota tem esperança de que o modelo será lançado o quanto antes como o carro híbrido mais limpo do mundo. Atualmente, o Prius é mo

A Toyota está confiante. No ano passado, o Prius chegou a vender mais que o hatch médio Volkswagen Golf, mas os executivos não pretendem trocar os pés pelas mãos, uma vez que o objetivo atual da marca japonesa no Brasil é bem claro: consolidar o Yaris. Além do Prius, também há a possibilidade da marca apostar em um carro híbrido mais barato e menor.

Vendido nos Estados Unidos e Japão, o chamado Prius C é feito sob a mesma plataforma do Yaris. Isso poderia facilitar sua produção no Brasil, o que ainda não foi confirmado pela marca japonesa.

5 – Jaguar I-Pace

Jaguar I-Pace:  primeira aposta da Jaguar no segmento de elétricos, deverá ser mostrado no Salão do Automóvel
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Jaguar I-Pace: primeira aposta da Jaguar no segmento de elétricos, deverá ser mostrado no Salão do Automóvel

O primeiro carro elétrico da história da Jaguar é um dos modelos que podem pintar pelo Salão do Automóvel de São Paulo, entre 8 de 18 de novembro. Ele é menor que o F-Pace e concorrerá com o Tesla Model X no resto do mundo. Por aqui, seu único rival direto seria o Porsche Cayenne híbrido.

Entre os carros que chegarão até 2019, o I-Pace é equipado com dois motores elétricos, um no eixo dianteiro e outro no traseiro, ambos alimentados por uma bateria de íon-lítio de 90 kWh, que entregam um total de 400 cv e um torque instantâneo de 71,4 kgfm. Segundo a fabricante, o I-Pace consegue ir de zero a 100 km/h em meros 4,8 segundos, além de fazer até 480 km sem qualquer recarga.

A Jaguar ainda não confirmou quando o I-Pace chegará ao mercado, mas o SUV já ganhou até um configurador no site. Ficamos na expectativa, não apenas por ser o primeiro carro elétrico da Jaguar, mas também pelo que ele poderia representar pelo lado da Land Rover.