Veja 6 dicas para conseguir chegar ao valor de revenda do seminovo
Saber como funciona o mercado é chave para não encalhar ou sair perdendo. De acordo com especialista, um carro vale quanto o comprador acha que vale
Com a proximidade do Salão do Automóvel 2018, economia que poderá mostrar algum sinal de recuperação e o início da reestruturação no setor automotivo, resta uma esperança de dias melhores. São fatores que prometem aquecer o mercado de automóveis no Brasil em 2019. Com isso, vale refletir sobre como determinar o valor de revenda do seminovo, para o dia que quiser abrir uma vaga na garagem para outro (mais) novo.
Quem for negociar sem saber qual é o valor de revenda do seminovo que tem, costuma servir de prato cheio para profissionais desesperados com a crise econômica e as vendas de automóveis que se arrastam há anos. Logo, a tendência é que eles queiram ajudar a si mesmos e não a quem os procura. Portanto, o melhor é se precaver quando o assunto for vendas de carros. Só depois tente bater o seu martelo.
Para tirar toda e qualquer dúvida sobre o assunto, entrevistamos o empresário Leonardo Macedo, experiente em compra e venda de automóveis. Segundo ele, tudo se resume em comparar o próprio carro com outros semelhantes anunciados à venda. Para ele, o quanto os outros pedem é o ponto de partida para o quanto você deve pedir, com variações de acordo com os itens a seguir.
1- Ano/Modelo
Além de confirmar a tendência de depreciação durante a avaliação pelos lojistas, o especialista afirma que eles podem, inclusive, seguir lógicas deturpadas. Uma delas é afirmar que, por exemplo, o simples fato de um carro ser ano 2012 e modelo 2013 fará com que tenha um valor menor que outro exemplar idêntico, mas 13/13. Por isso, vale lembrar que o importante é o modelo dentro de qualquer comércio de veículos .
2- Valor da Fipe
Outra questão polêmica entre compradores e vendedores é a tabela Fipe. “Carro vale o que o consumidor acha que vale. Numa situação em que você está pedindo R$ 40 mil pelo seu carro porque é o que está na Fipe, se há outro anunciante com exatamente o mesmo veículo pedindo R$ 35 mil, esqueça, considere o seu valor”, afirma o especialista.
A razão para isso, ainda segundo Macedo, deve-se, principalmente, às condições financeiras em que compradores e vendedores se encontram. Enquanto o poder de compra médio das pessoas não cobrem o valor da Fipe, há vários vendedores que estão com a “grana curta” e precisam urgentemente vender o carro — até porque um automóvel por si só representa uma série de despesas extras no final do mês.
“Para não dizer que a Fipe é completamente desnecessária quando falamos de uma realidade econômica que vivemos, as seguradoras se baseiam nela para avaliar suas coberturas e dosar as suas ofertas. Logo, vale dar uma conferida quando for escolher entre os carros usados , não muito pelo valor do modelo escolhido em si, mas para adiantar uma cotação sobre o quanto essas empresas te cobrariam pelo seguro”, completa.
3- Quilometragem
Já que os outros anúncios são a maior referência-base, saiba que o quanto o seu carro já rodou é o primeiro e um dos maiores diferenciais para compor seu preço. Isso porque, à primeira vista, um carro pouco rodado sempre estará associado a um bom estado de conservação. Por isso, terá a moral de custar mais do que a média. “Vale salientar que isso é verdade até o momento em que um carro mais rodado estiver em melhores condições do que um menos rodado.
Durabilidade e futuros problemas que o carro virá a apresentar são 100% associados à manutenção regular e estados gerais de conservação. Logo, se tiver como provar o histórico de manutenções para reforçar a qualidade do seu carro, além da quilometragem baixa, poderá sim pedir um valor mais alto nomercado de usados ”, lembra o especialista.
4- Equipamentos
Outro item que pode gerar polêmica é o valor que o dono do carro investiu em equipamentos versus o que conseguirá recuperar na hora de vendê-lo. Macedo alerta: “se os equipamentos forem de qualidade e de preferência vendidos com homologação da fabricante, o vendedor pode até conseguir um valor a mais, mas é praticamente impossível que empate, e menos ainda que supere o investimento”.
Logo, a recomendação é que se retire tudo o que foi colocado para incrementar — seja equipamentos de som mais potentes, rodas não-originais e outros — porque eles terão mais valor para quem os colocou — do que para um comprador interessado — bem como, dependendo, se vendidos separadamente.
5- Pendências
Também é importante que não haja pendências. Desde a sua documentação — se está em dia ou não — até se conta com antecedentes de furto, leilão e sinistros. “Tudo isso representa “sujeira” na documentação, que tanto ainda deverá ser cobrada do proprietário, quanto é fator limitante na hora de fazer um seguro, por exemplo. Por esses e outros motivos, comprador nenhum dará o mesmo valor pelo carro, mesmo que ele em si seja uma “mosca branca”.
“Além do mais, vale lembrar que o dono do carro deverá deixar tudo muito bem claro. Assim, se for descoberta qualquer irregularidade, o comprador entrará com ação judicial e suas chances de ganhar serão altíssimas. Logo, será pior. Mentir é sempre pior”, diz Macedo.
6- Cor
Aspecto mais simples da lista, é relevante quando se leva em consideração que muitos atribuem extrema importância, o que interfere no valor de revenda do seminovo. O especialista lembra que existem alguns fatores que interferem na venda de carro usado no mercado. E os que sempre atraíram mais em seus anos de experiência nunca eram os de fato mais chamativos por suas cores vibrantes, e sim os “branco-preto-prata”.
“Ainda sim não dá para afirmar que carros dessas cores realmente valem mais se pensar só nesse quesito, mas contribuem para vender mais rapidamente. Ajuda para quem quer vender rápido, o que engloba inclusive todos os lojistas. As exceções são os carros de nicho, clássicos e outros que fogem do padrão, que por serem diferenciados, cores chamativas podem até contribuir para o oposto.”, conclui Macedo.
Fonte: Carros – iG /VAVADALUZ