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Picape Renault Alaskan “subiu no telhado” para o mercado nacional

Picape Renault Alaskan “subiu no telhado” para o mercado nacional

 

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Renault Alaskan, irmã da Nissan Frontier, dificilmente chegará ao nosso mercado

Uma das ausências mais sentidas do último Salão do Automóvel foi a picape Renault Alaskan, modelo que será produzido em breve na Argentina, derivado da Nissan Frontier. Por que ela não apareceu, afinal? A montadora se esquivou do assunto, dizendo que ela ainda demora um pouco para chegar. Mas a realidade é que a marca francesa está tendo grande dificuldade de posicionar o modelo no mercado brasileiro. No nascedouro, o plano é que ela tivesse preços inferiores aos da irmã da Nissan. Já a Mercedes Classe X, feita sob licença sobre a mesma plataforma na fábrica de Córdoba, terá posicionamento mais premium.

O problema é que a Nissan não deixou muito espaço para a sua parceira de Aliança no mercado brasileiro. Recentemente, a marca japonesa ampliou a oferta de versões da Frontier, assim que o modelo passou a vir da Argentina (antes vinha do México apenas na versão topo de gama). Pra complicar a vida da Renault, a Nissan lançará em janeiro a versão básica, mais voltada para o trabalho, com preços partindo de R$ 132 mil. A Frontier S terá câmbio manual, motor diesel de 160 cv, tração 4×4, rodas aro 16 e recursos como assistente de partida em rampa, e de descida de ladeiras.

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Nissan Frontier S, voltada para o trabalho, chega em janeiro por R$ 132 mil

Questões cambiais impedem que a Renault oferte aqui a Alaskan por preços inferiores aos da Nissan Frontier, até porque os modelos são muito similares. A Nissan tem uma percepção de valor de marca maior que a Renault, além de maior tradição em vendas de utilitários. A rede Renault, focada em carros de passeio de menor valor agregado, jamais vendeu picapes, o que demandaria treinamento intensivo de equipes para um tipo de venda muito técnico, geralmente para pessoas jurídicas (vendas diretas). Isso também tem um custo elevado.

SAIBA MAIS: Depender muito do modelo mais vendido da gama é bom ou ruim?

A solução seria a Nissan fazer a gentileza de não trazer suas versões de entrada. Essa gentileza não aconteceu, pois a a marca japonesa tem seus próprios interesses, e precisa reduzir a dependência de sua rede, que hoje vive basicamente de vender o SUV compacto Kicks. Além disso, os ânimos entre franceses e japoneses andam acirrados após a prisão no Japão do brasileiro Carlos Ghosn, ex-chefão global da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

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Mercedes Classe X virá da Argentina no fim de 2019 como a mais luxuosa das picapes médias

Com tantos entraves, dá para cravar que a a Renault Alaskan “subiu no telhado”, pelo menos para o mercado brasileiro. Não há mais previsão de sua chegada, antes marcada para o início de 2019. A Mercedes já trabalha com o lançamento da Classe X para o fim do ano que vem, em versões de luxo e de trabalho. No mapa de produção de 2019 em Córdoba, consta algo entre 20 mil unidades para a Frontier, 6 mil para a Classe X e um número bem mais baixo para a Alaskan.

Com sua picape perigando não vir, a Renault centra esforços na produção nacional do SUV-cupê Arkana (clique para mais detalhes).

iG/;vavadaluz