Acusados de matar médico Artur Eugênio são condenados a 27 e 24 anos
Julgamento durou três dias e condenou Jaílson Duarte César e o médico Cláudio Amaro Gomes. Médico foi condenado como mandante do crime, ocorrido em 2014.
Justiça condena mais dois acusados pela morte do médico Artur Eugênio
Depois de três dias de julgamento de dois acusados pelo assassinato do médico paraibano Artur Eugênio, ocorrido em 2014, as sentenças foram proferidas na madrugada desta quinta-feira (13), no Fórum de Jaboatão dos Gaurarapes, no Grande Recife.
O médico Cláudio Amaro Gomes foi condenado a 27 anos de reclusão e Jailson Duarte César foi condenado a 24 anos, sendo 22 de reclusão e dois de retenção, além de multa.
Cláudio é identificado como o mandante do crime e foi condenado por homicídio duplamente qualificado, com motivo torpe e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.
Já Jailson, apontado como o responsável por contratar a dupla que assassinou Artur Eugênio, foi condenado pelos mesmos crimes somados à prática em concurso de pessoas e por dano qualificado. A defesa dos dois condenados recorreu das sentenças
Acusados de assassinar o médico Artur Eugênio são condenados a 24 e 27 anos
O julgamento
A juíza Inês Maria de Albuquerque Alves coordenou o julgamento, que começou na segunda-feira (10). A primeira sessão teve início por volta das 11h e acabou às 20h20. Depois de serem sorteados os sete jurados, entre os 25 convocados, houve intervalo para o almoço. (Veja vídeo acima)
A sessão foi reiniciada às 14h com a ouvida de duas testemunhas de acusação: a médica Carla Rameri, viúva de Artur Eugenio; e o pai da vítima, Alvino Luiz Pereira. Os advogados de defesa dos réus não fizeram perguntas às testemunhas
Em seguida, a defesa convocou Cláudio Amaro Gomes Júnior, que foi um dos condenados pela morte de Artur Eugênio, para responder às perguntas da defesa, da promotoria e da juíza. A defesa de Cláudio Amaro Gomes decidiu pela desistência das demais testemunhas e informantes. Depois do intervalo para o jantar, a sessão foi encerrada pela magistrada.
Na terça-feira (11), o segundo dia de júri começou às 11h, com três horas de atraso. Cláudio Amaro passou mal no plenário e foi atendido por uma equipe médica. A juíza decidiu dar um intervalo na sessão, que foi retomada às 14h30, com o interrogatório do acusado.
Médico Artur Eugênio foi encontrado morto em uma rodovia em 2014 — Foto: Reprodução/TV Globo
A magistrada deferiu um pedido para a exibição de uma reportagem sobre o caso, que teve duração de quase uma hora. Em seguida, começou a ouvida de Cláudio Amaro, que terminou às 22h05. A sessão foi encerrada às 22h20, já que o segundo acusado optou pelo silêncio.
O último dia de julgamento, na quarta-feira (12), começou com os debates orais entre acusação e defesa, tendo cada lado até duas horas e meia para tentar convencer os jurados de sua tese. Durante essa fase de argumentação, o Ministério Público exibiu mídias de partes de depoimentos de testemunhas gravados nas audiências de instrução do processo.
Após o intervalo para almoço, teve início a argumentação das defesas de Cláudio Amaro Gomes e Jailson Duarte César. Em seguida, os jurados solicitaram a exibição de mídias gravadas em audiências de instrução com depoimentos de duas testemunhas: a oncologista Jurema Telles e Daniela Cristina da Silva, esposa de Lyferson Barbosa, um dos condenados, em 2016, pelo assassinato de Artur Eugênio.
Condenações anteriores
Dois outros acusados foram condenados em setembro de 2016: Cláudio Amaro Gomes Filho pegou 34 anos de cadeia e Lyfeson Barbosa da Silva foi condenado a 26 anos. Flávio Braz, o quinto envolvido no crime, morreu em um tiroteio com a Polícia Militar.
Entenda o caso
Artur Eugênio de Azevedo tinha 35 anos quando foi assassinado em 12 de maio de 2014, no bairro de Comportas, em Jaboatão dos Guararapes. O médico era paraibano e atuava no Hospital de Câncer de Pernambuco, Hospital das Clínicas, Imip e Português. Ele era formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e tinha família em Campina Grande, cidade em que foi sepultado.
A polícia concluiu que o mandante do crime foi um colega de trabalho, o cirurgião Cláudio Gomes, que contou com a ajuda do filho, Cláudio Amaro Gomes Júnior, para executar o plano. Em entrevista à TV Globoem junho de 2014, a viúva de Artur, Carla Azevedo, classificou o crime como bárbaro. (Veja vídeo abaixo)
Viúva de cirurgião fica surpresa com prisão de suspeitos do crime
De acordo com a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), recebida pelo TJPE, o crime foi motivado por desentendimentos profissionais entre Cláudio Amaro Gomes e Artur. Cláudio Júnior, por sua vez, teria chamado Jailson Duarte César para contratar os homens que cometeriam o assassinato: Lyferson Barbosa da Silva e Flávio Braz de Souza.
A juíza Inês Maria de Albuquerque Alves decidiu pela realização do júri popular, em agosto de 2015. A decisão foi tomada a partir dos laudos periciais e das audiências de instrução e julgamento, realizadas entre 14 de outubro de 2014 e 10 de junho de 2015. Ao todo, foram ouvidas cerca de 60 testemunhas, além dos quatro réus.
Durante os julgamentos, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) cassou o diploma de Cláudio Amaro Gomes.
Nota da edição :Lembrando que o médico assassinado era Genro do nosso querido ex prefeito de Inga Iremar
G1 Pe.