Prefeito de Niterói é preso em operação da Lava Jato no Rio
Segundo as primeiras informações do MP, há quatro anos empresas de ônibus da cidade estariam pagando propina para a gestão municipal
Por RAFAEL NASCIMENTO
Niterói – O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves (PDT), foi preso, na manhã desta segunda-feira, por policiais civis que apoiam a força-tarefa da Lava-Jato no Rio. Agentes chegaram ao prédio em que ele mora, em Santa Rosa, por volta das 6h, e realizam buscas no local. Equipes do Ministério Público do Estado do Rio — com o apoio do Gaocrim — participam da ação. Ao todo, a operação busca cumprir 4 mandados de prisão e 19 de busca e apreensão.
O Ministério Público e a Polícia Civil fecharam os acessos da Prefeitura e proibiram a entrada a de funcionários. Quem chegava no local era orientado a voltar para casa. Enquanto isso, os promotores vasculhavam a sede municipal para tentar encontrar possíveis provas.
Segundo o MPRJ, empresas de ônibus pagaram propina para a gestão de Rodrigo neves, entre 2014 e 2018, que somam aproximadamente R$ 10,9 milhões, que foram desviados dos cofres públicos, segundo a denúncia.
Além de Rodrigo Neves, estão presos o ex-secretário de obras de Niterói e ex-conselheiro de administração da Nittrans, Domício Mascarenhas de Andrade, o presidente do consórcio transoceânico e sócio da viação Pendotiba, João Carlos Félix Teixeira e o administrador do consórcio Transnit e sócio da auto lotação Ingá, João dos Anjos Silva Soares.
Além da casa do prefeito e dos acusados, as buscas também são realizadas no gabinete de Neves, nas sedes de oito empresas de ônibus que prestam serviço no município, além de escritórios dos consórcios Transoceânico e Transnit, e do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro (SETRERJ).
A Operação, que foi batizada de Alameda, foi executada pela da Polícia Civil, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) e pela Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
Repercussão
Muitas pessoas que passavam pela Rua Vereador Duque Estrada, local onde mora o prefeito, comemoraram a prisão de Neves. Outras ficaram surpresas. Foi o caso da industriária Ana Maria Coelho, de 55 anos. “Estou muito surpresa com a prisão dele. O Rodrigo já havia sido citado na Lava Jato, mas nada chegou até ele. Estou muito impressionada com sua prisão”, disse a mulher incrédula na porta de Neves.
Já a auxiliar administrativa Gleice Almeida, de 53 anos, comemorou a prisão do prefeito. “Ontem ele estava comemorando com a família lá no Campo de São Bento. Hoje ele vai comemorar na cadeia”, diz a mulher . “Ele construiu o BRT da Região Oceânica e nunca colocou ônibus para circular. Há cinco anos não passa nada naquele local, é um absurdo. Demorou muito para ele ser preso”, conta Gleice que fazia fotos na polícia na porta de Rodrigo Neves.
O dia