62 deputados foram eleitos sem verba de partidos
Dos 513 eleitos e reeleitos para a Câmara dos Deputados nas eleições deste ano, 62 – equivalente a 12% – não receberam dinheiro de seus partidos. O levantamento do portal G1 aponta que a maior parte desses deputados exercerão mandato na Câmara pela primeira vez. Desses 62, 49 vão assumir uma cadeira na Casa pela primeira vez.
No pleito deste ano, os partidos repassaram R$ 429 milhões de seus recursos – que incluem fundo partidário, doações e contribuições às siglas e o Fundo Especial de Financiamento de Campanhas (FEFC), que ficou conhecido como “fundão” – para eleger 451 deputados. Os outros 62 conseguiram se eleger sem ajuda das legendas.
Ainda de acordo com o levantamento do G1, quase metade dos eleitos sem recursos partidários são filiados ao PSL e ao PDT. Foram 22 pessoas eleitas sem recursos filiadas ao partido do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). O PDT de Ciro Gomes terá oito deputados de suas fileiras que conseguiram chegar a Câmara sem dinheiro da sigla. Outros dez se elegeram pelo DEM (5) e PSD (5).
Quase 7,8 mil pessoas se candidataram às 513 vagas da Câmara dos Deputados nas eleições de 2018 e 70% delas – equivalente a 5.423 pessoas – receberam valores de suas legendas. Juntos, esses candidatos receberam mais de R$ 1 bilhão.
Este foi o primeiro ano em que os candidatos tiveram um teto de gastos e não poderiam receber doações de empresas. Quem se candidatou a deputado em 2018 poderia gastar, no máximo, R$ 2,5 milhões.
Entre os 30 mais receberam recursos do partido nessa eleição, 16 foram eleitos. Entre eles estão o ex-ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços Marcos Pereira (PRB-SP) e Christiane Yared (PR-PR). Os partidos dos dois, que conseguiram se reeleger, repassaram valores que beiram o teto dos gastos da campanha. O ex-ministro recebeu R$ 2.480.399 – pouco menos de R$ 20 mil para chegar ao limite – do PRB. Christiane conseguiu R$ 2.479.092,19 do PR.
Valor semelhante receberam Maria Helena (MDB-RR), Benito Gama (PTB-BA), Maia Filho (PP-PI) e José Santana (PR-MG). Todos receberam cerca de R$ 2,4 milhões de seus partidos, mas não conseguiram garantir a vaga na Câmara.