Marcos Pires
O ditador supremo
Nessa reta final de campanha, as mais disparatadas notícias nos chegam pelas redes sociais. Dois grupos de extremos políticos diferentes estão no mesmo caminho; pretendem simplesmente o adiamento das eleições por um ano, até que um dos candidatos recupere plenamente a saúde e o outro recupere sua elegibilidade e sua liberdade.
A vingar essa conversinha, teremos um ano inteiro sem governante, porque Temer vai para casa ou para a cadeia em janeiro de 2019. E quem fica no comando do país até lá?
Eu lancei essa questão no zapzap e muitos amigos me indicaram para o posto. Ou seja, eu seria o ditador de plantão durante o ano de 2019 DESDE QUE implantasse as ideias que eles encaminharam junto aos seus votos de confiança em mim.
A ideia mais recorrente foi antecipar a retirada do nome de todo mundo do SPC.
Como governante, eu também teria que atrelar o preço da cerveja ao óleo diesel, porque todas as vezes que houvesse aumento do combustível, os caminhoneiros fariam greve e o preço seria reduzido. Tal medida beneficiaria ao mesmo tempo os caminhoneiros e os cachaceiros.
Mãe Leca pediu para que eu diminuísse o percurso das Maratonas que ela corre, que é de 42 Km. Algo como 5 Km já seria do seu agrado.
As mulheres seriam obrigadas a receber de bom humor os maridos que chegam meio bêbados de madrugada em casa. Em compensação eles teriam a obrigação de emprestar às esposas seus cartões de credito para elas irem às compras nos shoppings centers uma vez por semana.
Houve uma sugestão no mínimo exótica; que no meu governo fossem contratadas cartomantes para toda a população. Já que o SUS disponibiliza teoricamente médicos para todo mundo, por que não cartomantes? Só assim os pobres poderiam evitar de torcer pelo Vasco, eleger políticos que irão roubar e cair fora de chifres que ainda serão postos.
Por aqui eu vou parando, na certeza de que pelo menos uma dessas ideias conta com sua simpatia, elegíveis leitores. O que há de comum entre todas é que são absolutamente inexequíveis. Mas são propostas de quem quer seu voto.
Tenham cuidado; o voto é uma arma que tanto mata as más práticas políticas quanto induz ao suicídio da democracia quando mal dado.
Att,