Policiais apreendem com miliciano mesmo modelo de arma usado na morte de Marielle
Durante operação contra grupo em Itaguaí, um suspeito foi preso e várias armas apreendidas. Entre elas, submetralhadora do mesmo tipo usada para assassinar vereadora do Psol
Rio – Policiais da 50ª DP (Itaguaí) com apoio do Grupo de Assistência Policial (GAP), fizeram uma operação, na tarde desta quarta-feira, contra a milícia na comunidade de Chaperó, em Itaguaí, na Região Metropolitana do estado. Na ação, um suspeito foi preso e uma submetralhadora MP5 foi apreendida, mesmo modelo usado no assassinato da vereadora Marielle Franco. A arma deve ser encaminhada à perícia para confronto balístico.
Segundo a Polícia Civil, após uma denúncia anônima, agentes fizeram a operação para desarticular o grupo de milicianos que atuam na região. Durante a ação, no condomínio Zafira, houve confronto e um suspeito, identificado como Ruan de Oliveira Dias, conhecido como Ganso ou Traquinas, foi capturado enquanto tentava fugir. Ele foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste da capital.
Além da MP5, também foram apreendidos quatro pistolas, dois revólveres, uma submetralhadora 9 MM, 10 radiotransmissores, fardas do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e quatro coletes.
Caso Marielle
A vereadora Marielle Franco (Psol) e seu motorista Anderson Gomes foram assassinado no dia 14 de março, quando a parlamentar saia de um evento na Rua dos Inválidos, na Lapa, no Centro do Rio. Após uma reprodução simulada, foi constatado que a arma utilizada no crime foi uma submetralhadora MP5.
No Estado do Rio, as polícias civil, militar, Marinha e Aeronáutica possuem cerca de 50 armas desse tipo. Todas serão analisadas. “As primeiras analisadas serão as da Civil, pois é de mais fácil acesso, em relação aos protocolos que temos que seguir. Depois, serão as da Polícia Militar”, afirmou um investigador do caso ao DIA.
De acordo com o especialista em armas, Vinícius Cavalcante, a MP5 “é a Ferrari das submetralhadoras”. Ela é utilizada em retomada de reféns, por ser considerada uma arma precisa e com baixo recuo. “Não é preciso ter um treinamento especial para seu manuseio”, apontou Cavalcante.
Por conta disso, ela é utilizada pelos grupos de elite das polícias do Rio, como o Bope e pela Core, além dos fuzileiros navais.