Chefe do tráfico na Praça Seca é morto em operação das Forças Armadas e polícia
Outros seis suspeitos também morreram. Até às 11h30 de hoje, 22 pessoas foram presas, além da apreensão de 16 pistolas, cinco fuzis, duas granadas, grande quantidade de drogas ainda não contabilizadas, rádios, celulares e quatro carros recuperados
Rio – O chefe do tráfico na comunidade da Barão, na Praça Seca, Sérgio Luiz da Silva Júnior, o Da Russa, foi morto no Complexo do Lins em confronto durante a operação das Forças Armadas e polícias do Rio, na manhã deste sábado. O criminoso tinha mandados de prisão por tráfico de drogas e também era procurado há cerca de dois anos por possível envolvimento no estupro coletivo de uma adolescente, em 2016. Outros seis suspeitos morreram e 22 foram presos, além de armas e drogas apreendidas.
“Nossas operações estão integradas. Fazemos operações com Forças Armadas aqui na comunidade (da Praça Seca) para cumprimento de mandatos, mas a Polícia Militar está cercando e bloqueando vias de fuga desses criminosos basicamente pela região de matas aqui no entorno, que vai desembocar no Lins e na Cidade de Deus. Foi o caso desse criminoso que tentando se evadir foi alvo do cerco e foi a óbito no confronto”, disse o porta-voz do Comando Integrado da Intervenção, coronel Carlos Cinelli.
“Tivemos no contexto dessa operação um traficante já há muito tempo procurado, que era o Da Russa, alvo importante no tráfico de drogas da região. É importante caracterizar que o resultado pontual é relevante, mas a projeção está nos interessando. Tiramos de circulação um traficante importante, a quantidade de fuzis, armamentos apreendidos, dando uma desmantelada nessa área do tráfico de drogas”, explicou o coronel.
Em balanço divulgado às 11h30 pelas Forças Armadas, 22 pessoas foram presas, além da apreensão de 16 pistolas, cinco fuzis, duas granadas, grande quantidade de drogas ainda não contabilizadas, rádios, celulares e seis carros recuperados. Também foram removidas três barricadas colocadas por traficantes nos acessos às favelas da região.
Cinelli explicou como foi realizada a operação, que começou na noite desta sexta-feira. A mudança de horário ajudou no “êxito”.
“A operação foi nos moldes das anteriores, mas optamos por fazer o cerco à noite porque visualizamos que hoje pela manhã o cerco seria mais efetivo na participação da Polícia Civil no cumprimento de mandatos. E deu certo. Tivemos um cerco a partir das 23h, com nossos militares das Forças Armadas. Houve pequena confrontação porque as operações especiais da Civil e Militar entraram nas comunidades, mas isso rapidamente foi debelado. Hoje pela manhã a área cercada iniciou-se o cumprimento de mandatos da Polícia Civil. Temos um saldo bastante expressivo até agora”, comemorou.
As forças de segurança fazem a operação nas comunidades do Bateau Mouche, Caixa D’Água, Chacrinha, Mato Alto, Barão (São José Operário), Covanca e Pendura-Saia, todas na região da Praça Seca, Zona Oeste do Rio. Por conta da ação, os criminosos fugiram para o Complexo do Lins, Camarista Méier e Cidade de Deus, onde também estão presentes os militares e policiais. A Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá foi interditada ao trânsito. Segundo o Comando Militar do Leste (CML), a ação envolve cerco, estabilização dinâmica da área e remoção de barricadas, além de revistas de pessoas e veículos.
Aliança com a milícia e responsável por estupro coletivo
Em abril deste ano, O DIA mostrou que a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizada (Draco) investiga agora se a guerra entre as favelas da Chacrinha e Bateau Mouche foi acirrada pela união do miliciano Hélio Albino Filho, o Lica, e o traficante Da Russa.
O traficante também é apontado como o responsável pela possível participação no estupro coletivo de uma adolescente, quando começou a ser procurado, há dois anos. Da Russa é o braço-direito de Luiz Claudio Machado, o Marreta, que está preso desde dezembro de 2014. O Disque-Denúncia oferecia R$ 30 mil por informações que levassem à captura de Da Russa.