Artista de obra polêmica se diz violentado por críticas e xingamentos

 

Desde a quinta (03) João Pessoa tem debatido sobre os limites da arte. Uma exposição presente na Usina Energisa levantou o debate ao misturar religião e sexualidade. Desde então agentes políticos, religiosos e sociedade debatem sobre o assunto.

Lucas Gomes, ou Kai, artista responsável por umas das obras mais comentadas usou suas redes sociais para explicar sobre a questão.

O jovem de 18 anos se disse feliz pelo debate gerado, ao mesmo tempo que lamenta que o que se sobressaiu foram as “leituras superficiais”.

Confira a publicação:

Esta não é uma desculpa. E esta não é uma explicação (apesar que servirá sim para elucidar algumas questões).
Nos últimos dias eu fiquei extremamente feliz porque uma das minhas obras gerou um grande debate sobre sobre questões do corpo, de religião e de liberdade; que é justamente sobre o que se trata a obra.
Porém infelizmente o que se sobressaiu não foram as reflexões produtivas sobre a arte, mas os xingamentos e leituras superficiais geradas a partir do preconceito e falta de reflexão crítica sobre a exposição como um todo. Eu lamento muito por isso e pelas pessoas que me violentaram se justificando que se sentiram violentadas. As obras foram escolhidos e selecionadas a partir de uma narrativa plural sobre o humano, e é lógico que alma e corpo seriam questões dentro dessa temática. Eu convido todas as pessoas a verem a exposição como um conjunto e tirarem suas próprias reflexões.

Ps.: Pra quem acha que essa obra foi retirada por causa dos protestos, eu lamento informar que não foi por isso e que eu nunca vou me silenciar enquanto artista. No dia da abertura (antes dos protestos começarem) eu e o curador decidimos tirar duas obras que tinham texto por concluir que a mensagem delas destoava um pouco das outras obras justamente pela questão da linguagem e por acreditar que outras obras que não tinham texto expressariam a mensagem da mesma forma usando somente do visual. Não fui silenciado, pelo contrário, recebi bastante apoio da empresa e tenho certeza que nunca haveria esse tipo de censura a minha obra lá.

Fonte: Polêmica Paraíba

Créditos: Polêmica Paraíba