Como fica a briga das marcas emergentes e das marcas premium para este ano
Fim das cotas favorece as importações. Mas também haverá apostas em produção local
Na semana passada, Autobuzz analisou as estratégias e os lançamentos das oito líderes do mercado brasileiro para 2018. E fez suas apostas para as chances de crescimento de cada uma delas: GM perde participação, mas se mantém líder. Fiat fica estável. VW cresce e vira vice-líder. Toyota cresce e ultrapassa a Ford. Renault e Honda se mantêm estáveis. Hyundai perde um pouco de participação. Nesta semana, a avaliação é das outras marcas que buscam um espaço mais nobre no país. Pela ordem que tiveram no ranking de vendas no ano passado.
JEEP (9ª)
O ano passado foi o melhor da marca no país, com o Compass liderando o segmento de SUVs, mesmo sendo de porte e preço superiores aos dos modelos compactos. O Renegade não foi tão bem como em 2016, mas contribuiu para que a marca superasse 4% de participação de mercado com apenas dois modelos – as vendas da linha importada são muito baixas. Para este ano, o Compass deve manter a boa toada de 2017, já que ainda não tem concorrentes fortes à vista, entre as marcas rivais. O Renegade vai sofrer até o segundo semestre, quando enfim terá o primeiro facelift , novos equipamentos e uma ligeira ampliação do porta-malas. A novidade estrangeira será a chegada do novo Wrangler, o Jeep raiz. Tendência é de estabilidade no ano.
NISSAN (10ª)
A marca de origem japonesa ainda precisa deslanchar no país, após tanto investimento na fábrica de Resende (RJ). No ano passado ela teve 3,6% do mercado, perdendo a 9ª posição para a Jeep. Há 5 anos ela tinha 2,9% do bolo, ou seja, subiu menos do que deveria. A expectativa para este ano é tentar ultrapassar a Jeep, pelo menos. O SUV Kicks nacionalizado mantém bom ritmo de vendas, com filas de espera para algumas versões. A picape Frontier, que vende pouco por vir do México, passará a vir da Argentina no fim do ano, com uma ampla oferta de configurações e versões. O problema é a dupla March e Versa, que já não vai tão bem, e agora tem novos rivais. De fora deve vir o SUV grande X-Trail, mas só na virada do ano. Portanto, ano tende a ser estável para a Nissan.
PEUGEOT (11ª)
Há 10 anos a Peugeot tinha mais de 3% do mercado e brigava com Renault, Honda e Toyota pela 5ª colocação no ranking de vendas. No ano passado ficou com apenas 1,2% do bolo. Hoje o foco não é mais em volume, mas em reestruturação da linha e da rede. O novo crossover 3008 é um bom exemplo disso. Seguindo essa linha, o grande lançamento no ano será o imponente crossover 5008, com sete lugares e preços acima de R$ 150 mil.
Ele é 20 cm mais longo que o 3008 e tem interior espaçoso e versátil – na encarnação anterior ele era uma minivan. O motor será o 1.6 THP de 165 cv, com câmbio automático de seis marchas. Na parte de baixo da tabela, o 2008 terá seu facelift de meio de vida. Crescimento de mercado mesmo, só em 2019 ou 2020, quando chegar o sucessor do 208.
CITROËN (12ª)
Os bons volumes de venda da marca se foram com a derrocada das minivans (lembra como a Picasso vendia bem?). Sem poder de fogo para desafiar as gigantes, a marca francesa foca em nichos lucrativos, como os das vans e furgonetas, esportivos (DS) ou do monovolume Aircross. Na metade do ano virá uma boa novidade: o crossover C4 Cactus, produzido em Porto Real (RJ).
Com porte ligeiramente superior ao do Aircross, ele terá motor 1.6 (aspirado ou turbo) e o câmbio automático de seis marchas que tanta falta faz ao Peugeot 2008, seu irmão de plataforma. Mas a grande ofensiva será mesmo na área de comerciais leves. Além do recente Jumpy, furgão uruguaio que ganhará uma versão de passageiros, a Citroën planeja este ano retomar as vendas do Berlingo argentino e do grandalhão Jumper. Assim, dá para apostar num considerável crescimento de participação, que no ano passado foi de apenas 1%.
MITSUBISHI (13ª)
A participação de vendas da marca vem minguando nos últimos –, coincidentemente, período em que alguns importantes executivos da representante HPE (ex-MMC) foram condenados na operação Zelotes da PF. Com a aquisição global da Mitsubishi pela aliança Renault-Nissan, em 2016, há conversas de bastidores sobre uma atuação mais direta da Aliança no país na próxima década. Enquanto a estratégia local ainda está em fase de rearranjo, o que há de concreto para este ano é a chegada do Eclipse Cross, no início do segundo semestre. Aquele cupê que fez muito sucesso nos anos 90, mas depois andou sumido, voltará como um legítimo crossover. Ele será opção entre o ASX e o Outlander, com motor 1.5 turbo de 163 cv, câmbio CVT e tração integral. Apesar dessa boa novidade, a participação de mercado da Mitsubishi tem viés de baixa para este ano.
MERCEDES-BENZ (14ª)
No ano passado, a marca de Stuttgart aumentou sua vantagem em relação às rivais BMW e Audi, atingindo 0,7% de share geral de vendas, com relevantes 14.340 unidades emplacadas. Para manter o bom ritmo, deve trazer para o Salão do Automóvel o novo Classe A. Não mais um monovolume como aquele feito no Brasil nos anos 90, mas sim um sedã, que ocupará uma lacuna entre o CLA e o Classe C, com o claro objetivo de desafiar o Audi A3 Sedan.
Por falar em Classe C, ele terá uma leve reestilização, bem como o luxuoso Classe S Maybach (ambos serão exibidos em março no Salão de Genebra). Já a picape de luxo Classe X ficará para a virada do ano. Dificilmente a Mercedes perde a briga das marcas premium este ano.
BMW (15ª)
A marca da Bavária havia crescido em 2016, mas recuou em 2017, com 0,5% de participação nas vendas de automóveis e comerciais leves. Foram 10.615 unidades vendidas no ano passado. Para recuperar o compasso, a aposta deste ano é o X2, que fará a ponte entre os crossovers X1 e X3. E ainda a nova geração do X3, ambos para este semestre. O X2 terá o mesmo 2.0 turbo de 192 cv do X1, com câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem. Com esse duplo reforço, o viés é de leve alta para a BMW.
AUDI (16ª)
Já escrevi nesta coluna que marca de luxo também sofre com a crise. A exemplo da BMW, a Audi viu encolher sua participação de mercado em 2017, emplacando 9.910 unidades (menos de 0,5%).
Para este ano são aguardados modelos de cair o queixo, mas com baixos volumes de venda, como os novos RS3 (hatch e sedã), já à venda, o renovado sedã de alto luxo A8 (para o Salão do Automóvel) e algumas unidades do insano R8 Spyder V10 Plus no primeiro semestre. E ainda versões esportivas como RS3, RS4, RS5 Coupé, TT RS e SQ5. Nada capaz de fazer a marca das quatro argolas encostar nas rivais Mercedes e BMW. Viés de baixa no ano.
OUTRAS MARCAS
As três empresas que mais sofreram com o Inovar-Auto (com sua cota de 4.800 unidades e Super-IPI) nos últimos seis anos foram a coreana Kia e as chinesas JAC e Chery. A partir deste ano, sem essas limitações, elas prometem voltar ao jogo, com forte viés de alta. A Kia já está ampliando sua rede de revendas e tem uma impressionante lista de lançamentos para o decorrer do ano: o renovado compacto Picanto, o hatch médio Rio, o SUV compacto Stonic e o cupê Stinger. Rio e Stonic são os que apresentam maiores expectativas de volume.
A JAC Motors está lançando a versão automática CVT do crossover T40, e ao longo do ano seus irmãos maiores T60 e T70 darão as caras em nosso mercado. Já a Chery teve sua operação nacional adquirida pelo Grupo CAOA, incluindo a fábrica de Jacareí. Com seu estilo de vendas aguerrido, o grupo promete turbinar os volumes da marca chinesa, incluindo novos modelos nacionais. Começando pelo renovado SUV Tiggo 7.
Espere também por muitas novidades de marcas premium como Land Rover, Volvo, Porsche e Jaguar. Uma das atrações mais aguardadas é o SUV XC40, da Volvo, previsto para abril. O Jaguar E-Pace, uma espécie de Evoque mais sofisticado, também deve arrebatar fãs endinheirados (custa R$ 280 mikl), bem como a nova geração do Porsche Cayenne. O viés é de alta para esse seleto clube também.
Fonte: Carros – iG /vavadaluz
Só feras.
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