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Estrela do vôlei nos 1960 e 70, o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, chegou a disputar os Jogos de 1964, em Tóquio, no Japão.
Mas, de acordo com investigações da Polícia Federal, só alcançou o ouro anos depois, já como cartola do esporte: mais exatamente 16 barras guardadas num cofre na Suíça.
Preso nesta manhã num desdobramento da operação Unfair Play, esta é a segunda vez que Nuzman recebe a Polícia Federal em sua casa.
Na primeira vez, há um mês, a PF encontrou R$ 480 mil em notas de dólares e euros em sua residência. Também foi achada a chave de um cofre na Suíça.
De lá para cá, Nuzman fez uma retificação em seu imposto de renda, no último dia 20, e declarou não só os R$ 480 mil, mas também 16 barras de ouro, que estavam no cofre no exterior.
Pesando um quilo cada, o ouro não olímpico está avaliado em aproximadamente R$ 2 milhões.
Além de Nuzman, a PF também prendeu o braço direito do presidente do COB, Leonardo Gryner.
Os dois são suspeitos de participar de um esquema de compra de votos de dirigentes olímpicos de outros países para a escolha do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.
O enredo envolve também o empresário Arthur Soares, conhecido como Rei Arthur. Ele teria usado recursos de propina que seria destinada ao ex-governador Sérgio Cabral para pagar Papa Massata Diack, filho do presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo.
Nuzman e Gryner já estão na sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro, onde prestarão depoimento.
A prisão é temporária e tem validade de cinco dias, podendo ser prorrogada pelo mesmo período ou transformada em preventiva, que não tem data definida para acabar.
POR: Severino Motta é repórter do BuzzFeed News, em Brasília