Bloqueio foi autorizado pelo juiz Sergio Moro a título de reparação de danos por condenação em caso tríplex
O Banco do Brasil e o Itaú transferiram R$ 419 mil das contas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para uma conta judicial. O bloqueio de um total R$ 606, 7 mil de Lula foi autorizado pelo juiz Sergio Moro na última quarta-feira a título de reparação de danos à Petrobras pela condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Os valores ficarão congelados até o trânsito em julgado do processo do ex-presidente. Caso ele seja absolvido, o dinheiro será devolvido.
Com a transferência das contas feita hoje ainda faltam R$ 187 mil para serem retirados do petista. Há mais R$ 123,8 mil de Lula na Caixa e R$ 63,7 mil no Bradesco.
Na quinta-feira, Lula ainda teve mais R$ 9,038 milhão bloqueados em planos de previdência privada. A defesa do ex-presidente recorreu ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para ter os valores liberados. No entanto, o pedido liminar ainda não foi apreciado. Em sua decisão, Moro justifica que o bloqueio tem como objetivo a reparação de danos à Petrobras pela condenação por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá.
No mesmo despacho, o juiz da Lava-Jato ainda mandou sequestrar dois automóveis (uma picape Ford Ranger ano 2013 e um Omega CD ano 2010) e quatro imóveis em São Bernardo do Campo (SP), sendo três apartamentos e o sítio Engenho da Serra, no Distrito de Riacho Grande.
ENTREVISTA
Em entrevista à rádio Tiradentes, do Amazonas, Lula confirmou na manhã desta segunda-feira que entraria com recurso para pedir o desbloqueio dos bens.
— Eu não posso utilizar isso (bens confiscados) enquanto esse processo estiver correndo. Vamos entrar com um recurso hoje, lá em Porto Alegre (no TRF-4), e ver se desmontamos isso — afirmou.
O ex-presidente ainda falou que empresários “transformaram” doações de campanha em propina para incriminar a classe política, com aval do Ministério Público (MP).
— A palavra propina foi inventada pelos empresários para tentar culpar os políticos – ou pelo Ministério Público. Por tudo o que leio na imprensa, os empresários sempre deram dinheiro para campanha. Eu não conheço um político em Manaus ou em São Paulo que vendeu a casa para ser candidato. Todos eles pedem dinheiro para empresário, a vida inteira, desde que foi proclamada da República. A diferença é que agora transformaram as doações em propina, então ficou tudo criminoso. Se os políticos não tiverem coragem de mudar a legislação eleitoral, de criar um fundo de financiamento de campanha para que não fiquem mais dependentes de empresário, o Brasil não vai ter jeito.
O Globo/vavadaluz