A Honda Biz 125 pode ser a companheira dos motociclistas iniciantes. Confira como se comporta o cub que parte de R$ 7.390
Fazia tempo que eu não pilotava uma Honda Biz. Modelo essencialmente urbano, uma Honda Biz não é um scooter nem uma motocicleta, mas sim um cub (Category Upper Basic – ou categoria básica superior). É como se fosse um ciclomotor, básico, que evoluiu, superior. A diferença fundamental entre um cub e um scooter, que com rodas grandes estes podem ser confundidos, é que o cub tem corrente, coroa e pinhão, enquanto o scooter tem a transmissão do tipo CVT acoplada diretamente na roda traseira.
Como eu ia dizendo, fazia muito tempo que eu não pilotava uma Honda Biz. Sua particularidade é ter um câmbio convencional de quatro marchas, com mudanças com o pé esquerdo, com embreagem automática, sem a manete esquerda no guidão. Só que esse câmbio não é assim tão convencional, já que suas marchas são do tipo “tudo para baixo”, bem diferente do que estamos acostumados, “primeira para baixo e o resto para cima”. E mais, é rotativo, ou seja, depois que engatamos todas as marchas sequencialmente até a quarta, basta dar mais um toque para baixo, com a moto completamente parada, para voltar ao neutro. Isso ajuda bastante no trânsito, quando paramos em quarta e não precisamos ficar voltando todas as marchas para cima.
Mas como eu já disse, fazia muito tempo que eu não pilotava uma Biz. Isso significa que, como já se poderia prever, nas primeiras horas de pilotagem eu errei tudo! A primeira marcha para baixo até que é igual às outras, mas ao tentar engatar a segunda marcha para cima, o neutro causa uma vergonhosa acelerada no vazio. E toca procurar a segunda, passando novamente pela primeira.
Mais peculiaridades da Biz
A Honda Biz não é a primeira motocicleta da Honda a ter câmbio “tudo para baixo”. A CG de 1976, a primeira, tinha esse tipo de câmbio e muita gente foi pro chão por causa dele. No afã de trocar marchas ascendentes rapidamente, em uma pilotagem mais agressiva, imagine esticar a segunda em uma curva e, sem querer, engatar a primeira em vez da terceira. É tombo certo. Vi muito isso nos anos 70.
Mas isso não acontece com a Biz, uma vez que é um modelo urbano e muito eficiente no uso diário. Esse câmbio é muito bom depois que se acostuma com ele. A primeira vez que experimentei um câmbio igual foi em 1973, meu pai tinha uma loja de Kawasaki em seu posto de gasolina e eu “roubava” uma 125 quatro tempos. O câmbio era rotativo de quatro marchas para baixo, mas a embreagem era normal, com manete. A Biz tem um sistema que não deixa o neutro entrar com a moto em movimento, já aquela Kawa passava de quarta para neutro mesmo antes da parada. Era preciso tomar cuidado. A embreagem automática da Biz também é um comodidade, ótima para iniciantes, mas eu prefiro ter o comando no meu controle. Depois de se acostumar com o câmbio, a Biz fica “na mão”.
A grande vantagem da Honda Biz é ser menor e mais leve do que uma motocicleta de mesma cilindrada, e logicamente mais barata também. Apesar disso, ela é confortável e tem bastante força para o uso urbano. Até o garupa vai bem na Biz. Embaixo do banco, há um espaço para acomodar um capacete de dimensões normais.
A Honda Biz 125 tem motor monocilíndrico flex de 124,9 cm 3 de cilindrada, com potência de 9,2 cv. O preço da Honda Biz 125 é de R$ 9.120. Há uma versão da Biz com motor de 110 cm 3 de 8,3 cv e freio dianteiro a tambor que custa um pouco menos, R$ 7.390.
Fonte: Carros – iG /VAVADALUZ