Declaração da presidente do Supremo foi dada durante entrevista veiculada na madrugada desta quarta; ela não chegou a comentar o caso de José Dirceu
Apesar das recentes revogações de prisões preventivas de condenados em primeira instância pelo juiz federal Sérgio Moro, a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, garante que a Operação Lava Jato “não está ameaçada”.A declaração de Cármen Lúcia foi dada durante uma entrevista, veiculada na madrugada desta quarta-feira (3), no programa “Conversa com Bial” da Rede Globo. Por conta da repercussão da participação da magistrada no programa, o nome dela amanheceu como um dos termos mais citados nas redes sociais, entrando, inclusive, nos Trending Topics (TTs) do Twitter.
“A Lava-Jato não está ameaçada, não estará. Eu espero que aquilo que cantei como hino nacional a vida inteira, nós do Supremo saibamos garantir aos senhores cidadãos brasileiros, de quem somos servidores: verás que um filho teu não foge à luta”, afirmou a ministra.
A conversa da presidente do STF com o apresentador global foi gravada, porém, na última segunda-feira (1º), antes da decisão do Supremo que deu liberdade ao ministro José Dirceu, nesta terça-feira (2) .
Repercussão
Nas redes sociais, a entrevista concedida pela magistrada deu o que falar. Parte dos internautas elogiaram a participação dela no programa, outros a criticaram por sua atuação no Supremo.
“Ontem assisti ao programa do Bial, que programaço foi aquele??? A ministra do STF Carmen Lúcia é um mulherão da porra”, escreveu uma internauta. “Controvérsias a parte. Gostei muito da entrevista da ministra. Sempre acho muito lúcida quando fala, suas entrevistas são boas”, publicou outro. “Sincera e honestamente, a ministra conduz o STF ou é conduzida?”, criticou um terceiro.
Liberdade a Dirceu
Como a entrevista já estava gravada, a magistrada não chegou a comentar sobre a decisão de Gilmar Mendes sobre libertar José Dirceu. Nesta terça, o ex-ministro-chefe da Casa Civil, que já foi condenado a mais de 32 anos de prisão, teve sua soltura altorizada pelo STF.
A votação catastrófica que concedeu liberdade a Dirceu foi apertada, com três votos a favor do recurso e dois contrários. Votaram a favor da liberdade os ministros Dias Toffoli e Ricardo Lewandowski. O relator do processo, Edson Fachin e Celso de Mello votaram pela manutenção da prisão do petista. Coube ao ministro Gilmar Mendes , presidente da Segunda Turma do STF, o voto de minerva.
Cármen Lúcia comentou porém sobre a soltura de outros três presos, libertados na semana passada: o pecuarista José Carlos Bumlai, o ex-tesoureiro do PP João Cláudio Genu e o empresário Eike Batista.
Fonte: Último Segundo – iG /vavadaluz