A Paraíba fechou 393 leitos pediátricos em seis anos, segundo dados levantados pela Sociedade Brasileira de Pediatria, divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Estadão. Em 2010 o estado tinha 1.463 leitos, caindo para 1.070 em 2016.
Foi a terceira maior queda do Nordeste (-26,9%), ficando atrás apenas de Sergipe (-50,5%) e Alagoas (-32%). A baixa da Paraíba foi maior que a média nacional (-20,9%).
Em todo o país, entre 2010 e 2016, o Sistema Único de Saúde (SUS) fechou quase 10,1 mil leitos de internação em pediatria clínica (para pacientes de 0 a 18 anos). Em 2010, a rede pública tinha 48,2 mil vagas do tipo (entre leitos próprios e conveniados). Em 2016, caiu para 38,1 mil.
Só em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) neonatais, estruturas necessárias para atender recém-nascidos em estado grave, faltam 3,2 mil leitos, conforme parâmetro da Sociedade de Pediatria. Segundo a entidade, são necessários ao menos 4 leitos do tipo por mil nascidos vivos. No País, a taxa atual é de 2,9.
“É uma situação gravíssima porque as crianças muitas vezes chegam a um serviço de pronto-socorro e não têm para onde ser encaminhadas. Sofrem a família, a criança e a equipe médica”, afirma Luciana Rodrigues Silva, presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria.
Ela atribui a situação à falta de investimento do Ministério da Saúde na área. “Muitos serviços estão fechando as portas por uma questão financeira. Há ainda casos de unidades desativadas porque não têm profissionais suficientes no quadro”.
MaisPB com Estadão/vavadaluz