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ENGENHEIRO AGRÔNOMO DA PARAÍBA CONHECE AS ITAS E MANDA SUA TEORIA

A Itaquatiaras do Ingá; por Alexandre Alfredo, Engenheiro Agrônomo da Emater PB.

Não tenho dúvidas de que o registro rupestre de Ingá são um dos mais difíceis de se estudar quanto a sua origem, principalmente por estar encravado no leito rochoso de um curso d’água, o que dificulta qualquer tipo de escavações devido à falta de sedimentos que poderiam ter escondido algum resquício da cultura do povo que produziu tais registros naquela rocha de gnaisse. Não sou arqueólogo nem estudioso do tema, minha formação é em engenharia agronômica, porém curioso de todos os fenômenos naturais e antropológicos; sendo assim, me atrevo a relatar aqui como prometido ao meu amigo Vavá da Luz, a minha impressão a respeito dos petróglifos ou Itaquatiaras.

O professor pernambucano e historiador Francisco José também faz um belo relato a respeito das Itacoatiaras do Ingá, para consubstanciar minha impressão a respeito do povo que deixou marcado o gnaisse do Ingá, me remeto a evoluída civilização Maia, localizada entre o México e Honduras, o estudo sobre a formação do povo Maia, diz que seus ancestrais provavelmente vieram da Mongólia atravessando uma faixa de terras entre Sibéria e Alasca, mas essa afirmação ainda é contraditória sobre qual teoria e quais rotas oceânicas melhor explicaria a chegada dos homens pré- históricos (Sapiens) nas Américas, pois nos últimos anos surgiram principalmente no Chile, Brasil e Argentina novos sítios arqueológicos que revelaram objetos ainda mais antigos dos encontrados nas rotas da América do norte (EUA e Alasca).

Dito isto, eu acredito sim, que a origem ancestral da evoluída civilização Maia tenha partido de outra rota, e originária no sul do nosso continente, e que os petróglifos de Ingá são um registro deixado por esse povo primitivo, durante sua longa jornada que inevitavelmente obrigava esse grupo a se estabelecer por longos períodos em locais estratégicos como os leitos de cursos d’água, para que pudessem se refazer dos desgastes sofridos durante a jornada e se preparar adequadamente para outros longos períodos de migração.

A pesquisadora Gabriela Martin, defende que as itacoatiaras de Ingá seja o registro de culto as águas, pelos traços ondulados existentes na maioria dos desenhos, já o Dr. Francisco Carlos Pessoa Faria, no seu livro Os astrônomos pré-históricos de Ingá, defende que a rocha gnaisse é um grande calendário. Independente do significado, nota-se claramente que não se trata de traços de uma cultura indígena, como os povos tradicionalmente encontradas no Brasil no período da colonização europeia.

Percebemos que os registros de Ingá, são de um grupo detentor de conhecimentos mais elaborados. Para mim, esse povo teve uma evolução sucessiva de seus conhecimentos, e grande parte dessa evolução se deu em virtude de suas observações durante a longa migração até se estabelecerem em definitivo entre o golfo do México e o Mar do Caribe, ampliando sua civilização por toda península mexicana de Iucatã e o que hoje são a Guatemala e Honduras.

Para fortalecer ainda mais a minha tese, devemos observar mais ao norte do nosso território nacional, onde dois pontos precisamente se destacam, o primeiro na Serra da Capivara no sul do Piauí e o outro no Cânion do Rio Poty na Serra da Ibiapaba, entre Ceará e Piauí, ambos apresentam inscrições (petróglifos) muito semelhantes a Itacoatiara de Ingá, e ligando esses pontos formaremos uma provável rota, rumo a América central.

Todos esses pontos observados e descritos aqui, curiosamente trazem os indícios que me levaram a formular tal hipótese, todos tem o direito de discordar, contestar e até mesmo corroborar, afinal, é uma suposição.

Abaixo seguem as imagens dos petróglifos encontrados na Serra da Capivara e no Cânion do Rio Poty, onde podemos observar as semelhanças.

 

 

 Alexandre Alfredo Soares da Silva.

Coordenador de Operações da EMATER PB.

Contato: 55 83 99984 8625.

4 comentários em “ENGENHEIRO AGRÔNOMO DA PARAÍBA CONHECE AS ITAS E MANDA SUA TEORIA”

    1. Obrigado Dede por compartilhar do meu pensamento, devemos seguir aprimorando as suposições, quem sabe um dia algum estudioso não resolve investigar essa hipótese?

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