Versão topo de linha do modelo da marca japonesa é a única com motor 1.5 turbo e uma série de equipamentos
Depois de ter experimentado rapidamente a versão topo de linha do Honda Civic no lançamento, em agosto, contornando curvas de um lado para o outro no interior de São Paulo, agora passei alguns dias dirigindo o carro no dia a dia. E aquela primeira impressão de que a diferença de desempenho entre o Touring e o EX-L é pequena acabou sendo confirmada. Na cidade, então, quando na maioria das vezes o importante é ter boa dose de força em rotações mais baixas, a versão turbo acaba ficando com uma certa desvantagem em relação às equipadas com o motor 2.0, aspirado. E é bom lembrar que o Touring sai por R$ 124.900 e o EX-L 105.900, ou seja, consideráveis R$ 19 mil a mais.
Aliás, se a ideia é ter um carro com uma pegada mais esportiva, o câmbio automático CVT do novo Honda Civic acaba frustrando suas expectativas. Pode colocar até no modo que permite trocas sequenciais por toques na alavanca que vai continuar ficando claro o ajuste mais voltado para eficiência do que para satisfazer aqueles que gostam de uma pegada um pouco mais esportiva. As relações são longas e as trocas não são tão ågeis como pede um legítimo esportivo. Nem aquele leve tranco entre as mudanças consegue aparecer.
Pelo visto, a Honda levou a sério as diferenças de ajuste entre as versões do novo Civic. Se quiser algo mais temperado terá que ficar mesmo com o Sport, com câmbio manual. No Touring terá um carro confortável, com boa qualidade de fabricação, bem estável nas curvas, mas que tem desempenho apenas aceitável, que não chega a empolgar. A Honda diz que o carro faz 0 a 100 km/h é feita em 8,6 segundos e a maxima é de 221 km/h. O tempo da aceleração é o mesmo divulgado pela Volkswagen para o Jetta 1.4 TSi e fica quase empatado com os 9 segundos do novo Chevrolet Cruze 1.4 LTZ, também de acordo com os números da fabricante.
Mais diferenças do Touring
Afora a questão do desempenho, o Touring agrada pelo ajuste correto da suspensão que consegue chegar a um meio termo que garante conforto sem prejudicar a estabilidade. Passando pelo piso mal conservado da maioria das vias da capital paulista, o carro mostrou que absorve vem as irregularidades sem causar solavancos incômodos. Mas isso também é mérito da estrutura 25% mais rígida, além de ter ficado 22% mais leve, o que também contribui com o comportamento dinâmico. Uma série de reforços estruturais foram adotados, a direção passou a ter assistência variável e elétrica e o isolamento acústico ficou bem caprichado. Tudo isso é sentido na prática com um rodar silencioso e confortável.
Além disso, o porte do carro também agrada bastante. Ganhou 45 mm de largura, 30mm de entre-eixos e 112 mm de comprimento na comparação com o anterior, além de ter ficado 35 mm mais baixo. Tudo isso acabou deixando o sedã (mais para notchback) agradável de dirigir até mesmo pela boa visibilidade proporcionada pelas colunas dianteiras mais finas, deixando a área envidraçada maior. Nessa versão Touring, os faróis de LED funcionam bem, mas não são nada de extraordinário na comparação com os convencionais.
O conforto a bordo também impressiona pelo bom nível de acabamento. Na versão topo de linha Touring, as câmeras de alta resolução instaladas nos retrovisores são acionadas toda vez que um dos piscas laterais é acionado, ajudando a mudar de faixa. E o GPS, com gráficos 3D, funciona bem. Além disso, conta com ajuste elétrico do banco do motorista e retrovisor interno fotocrômico no lugar do singelo dia/noite das demais versões, algo imperdoável para um carro que custa mais de R$ 100 mil.
O espaço interno é outro ponto positivo do novo Honda Civic, que vem com porta-malas de 525 litros. Com o botão do freio de estacionamento elétrico também houve ganho de habitabilidade, já que foi possível encaixar mais porta-objetos no interior. Atrás, os dois ocupantes das pontas viajam sem aperto. O que for sentado no centro vai ter alguma dificuldade e acomodar os pés, já que o túnel da estrutura voltou a ficar um pouco mais alto.
Mas, o Touring vale mesmo a pena?
O Civic Touring tem os seguintes equipamentos a mais que a versão anterior, a EX-L: teto solar, lanternas e faróis apenas de LED, aleta para pontos cegos, sensores nos para-choques para ajudar nas manobras de estacionamento, maçanetas cromadas, banco do motorista com ajustes elétricos, partida remota por meio da chave, retrovisor interno eletrocrômico, sensor de chuva, bancos de couro com costuras especiais, entre outros itens.
Mesmo assim, fica a impressão de que vale mais a pena levar a EX-L e economizar os R$ 19 mil de diferença em relação ao Touring, principalmente se você estiver pensando em ter um carro com comportamento esportivo, o que não é o caso da versão topo de linha do Civic.
Ficha Técnica
Preço: R$ 124.900
Motor: 1.5, quatro cilindros, gasolina, turbo
Potência: 173 cv a 5.500 rpm
Torque: 22,4 kgfm a 1.700 rpm
Transmissão: Automático, CVT, tração dianteira
Suspensão:Independente (dianteira) / multibraço(traseira)
Freios: Discos ventilados na dianteira e sólidos na traseira
Pneus: 215/50 R17
Dimensões: 4,63 m (comprimento) / 1,79 m (largura) / 1,43 m (altura), 2,70 m (entre-eixos)
Tanque : 56 litros
Consumo: 12 km/l (cidade) /14,6 km/l (estrada) com gasolina
0 a 100 km/h: 8,6 segundos
Vel. Max: 221 km/h
Fonte: Carros – iG /vavadaluz