A indisposição entre os dois principais grupos de Comunicação da Paraíba – Sistema Correio e Rede Paraíba de Comunicação – ficou ainda mais acentuada neste final de semana. Ontem, o jornal Correio da Paraíba trouxe em manchete a denúncia de que a empresa São Braz, de propriedade do empresário José Carlos da Silva Júnior, pai do diretor presidente da Rede Paraíba de Comunicação, Eduardo Carlos, havia sido contemplado com o perdão de uma dívida de R$ 7,5 milhões gerada por ICMS não recolhidos. O benefício, ainda de acordo com o Correio, foi concedido pelo Governo Maranhão III, durante a gestão de Nailton Ramalho na Secretaria de Receita.
A denúncia ainda não foi comentada pelos representantes do São Braz e nem pela Rede Paraíba de Comunicação, conglomerados de tradição no mercado paraibano pela prosperidade de seus negócios e legalidade de suas transações financeiras.
Hoje, contudo, o ex-secretário da Receita do Governo Maranhão III, Nailton Ramalho, lamentou a exposição do caso e disse que a dívida havia sido paga dois anos antes. Segundo ele, a cobrança teria sido fruto de um erro, uma “refiscalização” do mesmo débito”:
– Eu gostaria de ter tido a oportunidade de fazer esse esclarecimento antes da veiculação da matéria, pois depois que ela vai ao ar os ligamentos já foram feitos. A decisão da então secretaria em junho do ano passado, pelo arquivamento do procedimento fiscal, foi por que a secretaria verificou que esse mesmo procedimento teria sido feito dois anos atrás, com o mesmo período, as mesmas irregularidades apontadas. A empresa já tinha procurado a secretária, há dois anos atrás, para resolver essa pendência. Dois anos depois, em junho do ano passado, foi feita a correição e nela se percebeu que essas irregularidades já teriam sido sanadas. Foram feitas várias reuniões internas, inclusive convocamos um órgão consultivo do secretário para esses assuntos tidos como polêmicos e anormais e de forma unânime foi decidido que esse período já teria sido auditado, que se tratava de uma re-fiscalização sem nenhuma motivação de fatos novos. Nós ficamos procurando novos fatos que motivassem a re-fiscalização. Então o nosso despacho final optando pelo arquivamento do processo foi de que ele no sentido fiscal já tinha sido ocorrido. Não houve perdão, não houve sumiço, nós apenas preservamos os interesses da secretaria sob pena de dar procedimento aos autos sem trazer prejuízos para a secretaria.
Animosidade – Como parte do “revide” das acusações feitas pelo Correio, que atualmente é visto como um grupo simpático ao Governo do Estado e à Prefeitura de João Pessoa, no programa de rádio Polêmica Paraíba, os apresentadores Nilvan Ferreira e Gutemberg Cardoso chegaram a divulgar algumas denúncias contra a Prefeitura de João Pessoa, a quem responsabilizaram pelo pagamento de importâncias superiores a R$ 250 mil pelos serviços de carros de som. No final do programa, foi dito que um agente de limpeza da administração municipal, Magildo Nogueira Gadelha, estaria sendo usado como “laranja” e registrado como dono de uma empresa que forneceria equipamentos pesados para a Prefeitura da capital.
Ele seria o proprietário da COMIL CONTRUTORA E INCORPORADORA LTDA ganhadora da licitação 035/10 para Locação de Caminhões, Máquinas e Equipamentos para EMLUR em um contrato com valor de R$ 632.610,00.
Não é possível comentar.