Alguém me disse que o empresário Eduardo Carlos rompeu com Ricardo Coutinho porque ele, Eduardo, queria indicar o secretário de comunicação. Acho coisa de pouca monta esse motivo, mas dizem que Eduardo é muito vaidoso, se acha o rei da cocada preta, de modo que duvidar disso eu duvido, mas duvido sem muita segurança. O que sei e disso ninguém me demove é que o sistema Cabo Branco move campanha contra o governador por causa de interesses contrariados, nunca porque se preocupa com o coletivo (epa!).
Mas foi sempre assim. Sou rapariga velha no pedaço e sei que sempre foi assim. Comecei na imprensa em 75. Naquele tempo, mandava no mercado o Jornal O Norte. Aliás, o Norte só não, os Associados. Marcone Góes era o rei. O homem mais paparicado da Paraíba. Casava e batizava, até missa celebrava. Quem não rezasse na sua cartilha, tomava no sedém. Até que um rapaz meio atrevido botou ele numa saia curta. Foi no caso do atentado a Burity. O Norte tomou as dores de Burity e botou pra lascar em cima de Ronaldo. Cassio intermediou um entendimento, ofereceu dinheiro, Marcone Góes afrouxou, marcaram o encontro para os acertos e nesse encontro tiraram a máscara do executivo dos Associados. Marcone caiu em desgraça, foi afastado, os Associados mandaram outros donos pra tomar conta do negócio e hoje o glorioso O Norte é a porcaria que todos nós conhecemos.
Por muitos anos, depois de O Norte, quem reinou foi O Correio. Surgiu, porém, o grupo da canjiquinha, que, segundo Fabiano Gomes, recebeu mais do que O Correio dos cofres de Zé Maranhão, tomou gosto pela coisa e, quando da vitória de Ricardo Coutinho, botou a faca nos peitos do governador exigindo a Secretaria que libera as verbas de publicidade. Um verdadeiro filé mignon. Ricardo, porém, mandou dizer a Eduardo que quando ele, Eduardo, fosse governador, poderia nomear o secretário de comunicação. Enquanto não, quem faria a nomeação seria Ricardo Coutinho. O mundo caiu, a Cabo Branco, o Jornal da Paraíba, a Rádio 101, em suma, o grupo todo declarou guerra e o resultado é essa enxurrada de denúncias contra o Governo. Ressalte-se que as denúncias devem mesmo ser apuradas. Elas desnudam os vestais oficiais. Mas seria de bom tamanho que os denunciantes dissessem ao distinto público que estão denunciando porque alguém contrariou seus interesses e não por serem movidos pelo chamado espírito público.
Aliás, esse negócio de empresa de comunicação indicar secretário só faz lascar o indicado. Walter Santos foi secretário de Mariz, mas só durou enquanto Mariz foi vivo. Depois de morto, Zé Maranhão dispensou o torrelandense, que saíra da Editoria do Correio para o cargo, botando no lugar dele Geovani Meireles, igualmente editor do Correio. Geovani brigou com Maranhão, saiu do Governo e não reassumiu o antigo cargo. Do mesmo jeito que aconteceu agora com Lena Guimarães, uma espécie de rainha do sistema, que perseguiu colegas, tirou espaço de velhos amigos, fez, aconteceu e por último foi servir a Maranhão, Zé deixou de ser governador e ela, Lena, perdeu a serventia.
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