Homem que invadiu igreja, quís matar o padre, quebrou os santos e morreu, nem direito a velório tem
O corpo do popular Edimilson Cachoeira da Silva, 33 anos, foi retirado do caixão no momento em que estava sendo velado em sua residência em Catingueira-PB, por policiais civis a fim de envia-lo ao Instituto de Medicina Legal em Campina Grande para realização de autopsia.
Essa história inusitada começou na noite desta segunda-feira (09) na cidade de Catingueira, onde Edmilson, que tinha problemas mentais, invadiu a Igreja Matriz de São Sebastião, por volta das 20h, e aos gritos disse que ia matar o padre Fabrício Dias Timóteo. O homem chegou a destruir várias imagens sagradas.
O padre informou que após a novena, o homem adentrou na igreja, pegou um ventilador de pé e saiu gritando com ele em punho: “Cadê ele?, cadê ele?, que eu quero matar”.
Segundo os fieis, o padre Fabrício ficou parado sem saber o que estava acontecendo. O padre pensou que não fosse com ele e não esboçou de início reação. O homem continuou indo em sua direção com o ventilador em punho.
Neste momento o padre conseguiu contê-lo e tomou o ventilador do homem, mas mesmo assim acabou sendo agredido pelo popular com um soco no rosto.
Outras pessoas que estavam por perto alertaram ao padre que o homem tinha problemas mentais e que ele corresse para fora da igreja, pois a vítima era o pároco. Em seguida o rapaz se dirigiu até as imagens que se encontravam no altar e começou a destruí-las.
Uma imagem de Nossa Senhora de Fátima, um círio pascal, um grande crucifico de madeira com a imagem de Jesus Cristo, um microfone profissional, um ventilador de pé, entre outros objetos, foram todos destruídos.
Ele saiu da igreja e tentou quebrar a praça que fica próxima a igreja, onde acabou sendo dominado após a chegada da Polícia Militar que o algemou. Neste momento, segundo o irmão de Edmilson, ele teria desmaiado. “Foi quando eu pedi aos policiais que tirarem as algemas para que pudesse socorrê-lo. Não pensei que ele tivesse tendo um mal súbito”, contou ele.
Segundo o irmão de Edmilson, ele o pegou, colocou dentro da carroceria de uma camionete e o levou até o Hospital Regional de Patos, porém segundo o médico, já chegou sem vida, por conta de uma parada cardiorrespiratória.
Foi aí que começou toda a confusão. O médico se negou a atestar a causa morte, pois isso seria de responsabilidade do médico do PSF local de Catingueira. Os familiares resolveram então levar o corpo de Edmilson para ser velado e sepultado mesmo sem saber a causa da morte.
A polícia de Patos recebeu a informação que o popular teria sido espancado antes, fato que não foi confirmado pelo irmão da vítima.
Como o delegado Hugo Ribeiro não tinha certeza da causa da morte de Edmilson, policiais civis foram até o velório que acontecia na cidade, retiraram o corpo do caixão, colocaram numa urna e levaram no rabecão para o Instituto de Medicina Legal em Campina Grande para autopsia.
O corpo já estava dentro do caixão coberto de rosas, sendo velado por amigos e familiares de Edmilson, quando sofreu a intervenção da polícia que comunicou o fato e o procedimento que seria adotado a partir de então.
O delgado explicou que ficou sabendo de todo o ocorrido pela imprensa e que não poderia deixar o corpo ser sepultado sem que a polícia tenha a certeza da causa mortis, já que as informações sobre o que de fato aconteceu estão desencontradas.
O fato está tendo acompanhamento de representantes da Igreja Católica que ficaram tristes com todo o ocorrido. “Infelizmente houve uma blasfêmia contra Deus. Os fieis ficaram atordoados com todo o ocorrido”, lamentou o padre Fabrício.
No momento em que souberam do fato, um grande número de pessoas se dirigiu até a igreja para saber o que tinha acontecido. A movimentação na cidade aumentou e todos corriam para prestar solidariedade ao padre.
Segundo os fieis, esta foi a terceira vez que o popular usava desse artifício. Outro padre João Neto também foi vítima do homem que tentou também matar o religioso na cidade de Catingueira.
O fato está sendo investigado pela polícia. A expectativa é que o corpo de Edmilson seja liberado ainda nesta terça-feira para o seu sepultamento.
O repórter Fábio Diniz, da Rádio 102 FM, acompanhou tudo de perto e revelou que jamais tinha presenciado uma história tão triste e inusitada como esta. Para Fábio é difícil acreditar que todos estes fatos ocorreram nesta sucessão de coincidências.
Texto: Vicente Conserva/ HoraExata
Foto: Mario Frade/ PortalPatos
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