Os mais de 400 mil habitantes da segunda maior cidade do Estado da Paraíba, acordarão neste domingo 11 de Outubro em festa. A cidade do eterno poema de amor à beleza, recanto abençoado do Brasil, onde o Cruzeiro do Sul resplandece, completa os seus 151 anos de Emancipação Política.
Nascida em berço de ouro branco e enquanto estratégico ponto comercial dos tropeiros, a antiga Vila Nova da Rainha, Campina Grande olha para o passado, projetando nova história no futuro. A Canaã de leais forasteiros continua acolhendo todas as pessoas que a ela acorrem. Os monumentos e museus retratam a história e a grandeza da cidade.
O monumento os “Pioneiros da Borborema”, erguido nas margens do Açude Velho, no centenário da cidade; o monumento alusivo aos 150 anos; o monumento Farra de Bodega que homenageia dois ícones da música nordestina, que foram Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga; revelam a cultura, e os ciclos econômicos que a cidade atravessou. O Museu de Arte Assis Chateaubriand, o Museu de Arte Popular também conhecido como Museu dos Três Pandeiros, guardam tesouros valiosos e preservam a memória de um povo.
A cidade que viveu importantes ciclos econômicos, continua com a sua vocação para o trabalho. O comércio pujante, e um parque industrial sólido, traduzem a bravura da Rainha da Borborema. Campina Grande é hoje considerada um dos principais polos industriais da Região Nordeste bem como um dos maiores polos tecnológicos da América Latina, além de “Berço do Saber” para vários paraibanos de outras cidades e também de pessoas de outros estados e até de outros países. Basta ver a grandeza do Centro de Integração Acadêmica (CIA) da Universidade Estadual da Paraíba, onde estudam mais de 5 mil pessoas.
A UEPB aliás, com os seus mais de 25 cursos de Graduação, 21 Mestrado e Cinco Doutorados, é um exemplo da capacidade dos campinense, de criar, inventar, reinventar e superar crises. A Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), também se destaca por seus cursos na área de engenharia civil e Computação.
Como importante centro universitário, Campina conta com dezessete universidades privadas. É também proporcionalmente a cidade com o maior número de doutores do Brasil, 1 para cada 590 habitantes, seis vezes a média nacional.
A urbanização do município tem um forte vínculo com suas atividades comerciais desde os primórdios até hoje. Primeiramente o município foi lugar de repouso para tropeiros, em seguida se formou uma feira de gado e uma grande feira geral (grande destaque no Nordeste).
Posteriormente, o município deu um grande salto de desenvolvimento devido às atividades tropeiras e ao crescimento da cultura do algodão, quando Campina Grande chegou a ser a segunda maior produtora de algodão do mundo, o “Tempo do Ouro Branco”, onde nos anos 40, era a segunda exportadora de algodão do mundo, sendo o primeiro lugar Liverpool, na Grã-Bretanha.
Atualmente, o município tem grande destaque no setor de informática e desenvolvimento de softwares, movimentando anualmente cerca de US$ 30 milhões. A revista americana Newsweek escolheu, na edição de abril de 2001, nove cidades de destaque no mundo que representam um novo modelo de Centro Tecnológico.
O polo tecnológico é formado por mais de 80 empresas de tecnologia, que exportam produtos para vários continentes. Erguida no alto da Serra da Borborema, Campina Grande sem dúvida, é uma das mais importantes do Nordeste, destacando-se por seu turismo de eventos e o polo tecnológico e do couro calçadista que aquece a economia local.
Conhecida popularmente como a “Rainha da Borborema” por sua histórica importância cultural, política e econômica para a Paraíba, Campina Grande, ocupa hoje posição estratégica no Estado. A cidade foi fundada em 1º de dezembro de 1697, tendo sido elevada à categoria de cidade em 11 de outubro de1864, de acordo com a Lei Provincial de Nº 137.
De acordo com o historiador Gervásio Aranha, a cidade viveu seis importantes fatos que foram decisivos para o seu crescimento. Ele enumera a chegada de Teodósio de Oliveira Ledo em 1697 e o consequinte, aldeiamento; a emancipação política em 1864; a saga dos Tropeiros; a conquista da luz elétrica que impulsionou o progresso; a chegada do trem em 2 de outubro de 1907, e o ciclo da cultura e do algodão.
Severino Lopes
PBAgora