Pular para o conteúdo

Quase triplica nome social de transexual e travesti no Enem

enem1

Maior facilidade na inscrição impulsionou adesão, avalia líder do grupo

iG Minas Gerais |

SÃO PAULO. O número de transexuais e travestis que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano quase triplicou em relação ao ano passado. Em 2015, 278 solicitaram o uso do nome social nos dias do exame, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Em 2014, foram feitos 102 pedidos.

O nome social passou a ser adotado oficialmente na aplicação do exame no ano passado, mas era preciso solicitar o uso por telefone. Neste ano, o pedido foi feito pela internet. Nos dias do exame, os transexuais deverão ser tratados pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade.

Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam. “Eu acho que os números por si só já mostram que, quando se instrumentaliza, quando se atende uma solicitação que a gente faz há tempo, isso repercute de alguma forma”, diz a vice-presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais Keila Simpson. Segundo Keila, a segurança de que serão tratadas pelo nome social faz com que muitas pessoas se sintam mais tranquilas para se inscrever e fazer o Enem. A produtora de TV Bárbara Alves, 25, é uma das que fizeram a solicitação do uso do nome social. O nome social é a sua identidade e quando não há garantia (de ser tratada assim), a pessoa se sente num ambiente hostil”, diz. Bárbara quer usar o Enem para ingressar no ensino superior e mudar a própria realidade.

Outro dado interessante neste ano é que o número de inscritos que vão tentar o exame pela primeira vez ( 2,5 milhões) é menos da metade do total de candidatos que já fizeram a prova em edições anteriores (5,2 milhões). Desde 2010, é a primeira vez que a quantidade de veteranos supera a de novatos. A redução de candidatos estreantes foi de 47%.

Ajuda extra da internet é bem-vinda São Paulo. Na reta final de estudos, os candidatos podem complementar os estudos com vídeos de aulas na internet. O YouTube reúne aulas de professores de matemática, biologia, química, física e sobre atualidades. Além da revisão das disciplinas, os vídeos trazem estratégias para a prova e os conteúdos que mais caem. Mesmo estudando 14 horas por dia, Larissa Alves, 18, não deixa o computador de lado. Ela disse que, ao chegar em casa, complementa as aulas do cursinho com os vídeos da internet. “Às vezes você teve alguma dúvida ou se perdeu em uma explicação e não tem a quem recorrer. Com esses vídeos eu fico sem nenhuma dúvida”, disse ela, que pretende estudar Engenharia Civil.