Perseguição ou como se ganhar dinheiro no mole?
Li no Click PB: “radialistas Juarez Amaral, Paulo Roberto e Dagoberto Pontes foram transferidos de suas Secretarias e ficaram com os contra-cheques zerados”. Corri a me inteirar da coisa, pois queria me solidarizar com esses valorosos companheiros, considerados, como diz o próprio Click, “icones da imprensa da Rainha da Borborema” e zelosos “funcionários do Estado há 27 anos”.
Que coisa mais feia!, pensei indignado. E fui me inteirar dos detalhes para ficar ainda mais vermelho de raiva.
Telefonei pra lá, pracolá e pralonge, conversei com fulano, sicrano e beltrano, ouvi os prós e os contras e, no final, fiquei sabendo o seguinte:
Juarez Amaral, Paulo Roberto e Dagoberto Pontes são funcionários do Estado, lotados na Casa Civil.No mês de janeiro, durante censo interno realizado pelo Governo, constatou-se a ausência deles do trabalho. Não davam expediente na Casa Civil, mas na Rádio Cidade de Esperança, cujo proprietário é o ex-deputado Armando Abílio. Em janeiro foram intimados a comparecer ao trabalho, não o fizeram. Continuaram dando expediente na Rádio Cidade e fazendo um programa quentura, através do qual falam mal tanto do governador Ricardo Coutinho, quanto de sua família e da sua vida particular.
Constatei, portanto, que o Governo está pagando para Juarez, Paulo Roberto e Dagoberto esculhambarem com o governador, com a mulher dele e com toda a sua parentela, passando o pente fino também na administração estadual.
Quanto a falar mal do governador, que falem. Mas não achei justo três pessoas ganharem dinheiro para não trabalhar. Segundo me disse uma fonte fidedigna, os três profissionais, quando foram intimados a trabalhar, valeram-se de politicos campinenses, a quem pediram para interceder junto ao Governo a fim de que continuassem no bem bom, ganhando sem dar um prego numa barra de sabão.
Nesse caso, meus três queridos e diletos confrades, fico impedido de emprestar-lhes minha solidariedade. Eu moro em João Pessoa e trabalho em Sousa. Viajo constantemente para o sertão a fim de cumprir minhas obrigações. Não acho justo ganhar e não oferecer o meu esforço. Tenho medo de alguém aparecer e me acusar de ganhar no mole.
Vocês não podem, jamais poderão, ser arautos da moralidade, praticando a imoralidade de receber salário sem fazer jus. E ainda mais falar mal de quem lhes paga os salários sem exigir que assinem o ponto.
Se o que aconteceu com vocês é perseguição, garanto que é perseguição branda. Se fossem cumprir a lei, os três estariam respondendo a processo administrativo por abandono de cargo, culminando com demissão a bem do serviço público.
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