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Audiência pública coordenada por Benjamin Maranhão debate VLTs de João Pessoa que operam sem segurança e em trilhos ultrapassados

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A Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público da Câmara dos Deputados realizou ontem (01) audiência pública para debater políticas públicas de transporte metroferroviário nos grandes centros urbanos. A audiência foi solicitada pelo Deputado Jorge Côrte Real (PTB/PE).

Foram convidados para o debate o Presidente da Federação dos Trabalhadores Ferroviários, Jerônimo Miranda Neto, o Secretário Nacional de Transportes da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades, Dario Rais Lopes, o Gerente-Geral de Planejamento e Orçamento, da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Carlos Henrique Camacho, Superintendente Regional da Companhia Brasileira de Trens Urbanos de Recife, Bartolomeu José de Assis Carvalho, e o Diretor-Executivo da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística, Valmir de Lemos.

O Deputado Benjamin Maranhão (SD/PB), Presidente da Comissão, fez questionamentos à CBTU com relação ao caso específico da região metropolitana de João Pessoa – PB. De acordo com Carlos Henrique Camacho, da CBTU, o sistema ferroviário de João Pessoa possui 30 quilômetros de extensão, e, até 2012, operava com locomotivas da década de 50, necessitando de reparo urgente. “Em 2012, com o PAC Equipamentos, foram comprados oito VLTs (Veículo Leve sobre Trilhos) para João Pessoa”, explicou. Camacho falou, ainda, dos problemas de segurança que existiam, até um ano atrás, na única estação de cruzamento, localizada em Mandacaru, área com problemas de banditismo, segundo o Gerente-Geral.

Benjamin Maranhão descreveu o sistema metroferroviário da região metropolitana de João Pessoa como precário, tanto com relação aos trilhos, que nunca foram reformados, quanto com relação às estações e à segurança. “No caso específico de João Pessoa, as locomotivas realmente foram adquiridas e uma parte inclusive já chegou. Todavia, na parte relativa à reforma dos trilhos da linha que vai desde Cabedelo até Santa Rita, ena parte que diz respeito a melhorar a segurança, e as estações também, nada foi feito. Então o serviço continua de péssima qualidade”, criticou com relação à falta de planejamento da CBTU.

Segundo o presidente, a maior prova da precariedade dos serviços prestados é que apenas seis mil pessoas utilizam o sistema diariamente, “Foi colocado pela CBTU que o valor da passagem é muito barato, de 50 centavos. Mas eu acho caro pela precariedade do serviço que é ofertado. Tanto é verdade, que a própria CBTU falou que só transita por esse sistema seis mil pessoas por dia, de uma população que hoje gira em torno de mais de um milhão de habitantes na região metropolitana de João Pessoa”.

De acordo com o que foi apresentado à Comissão pela CBTU, João Pessoa entrou no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade em 2012, portanto ainda serão feitos reparos e obras no sistema metroferroviário da região até 2017. “Até o final de 2017 as obras devem estar zeradas, e não haverá mais o problema de sucateamento das obras”, garantiu Camacho.

Benjamin Maranhão aproveitou a presença do Secretário Nacional de Transportes da Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades para cobrar a questão do BRT (Bus Rapid Transit) de João Pessoa.

“O BRT foi anunciado há mais de quatro anos e até agora nada foi dado consequência, nem liberação de recursos, nem tão pouco implementação da obra e compra dos veículos. O sistema conjunto do veículo VLT mais a interligação dos BRTs e os demais ônibus que já existem faria uma melhora para atender a toda região metropolitana de João Pessoa – de Cabedelo, João Pessoa, Bayeux e Santa Rita”, concluiu o presidente da CTASP.