Colunista do Delas comenta essa fantasia e lista o que deve ser ponderado antes de transformá-la em realidade
“Tenho vontade de ver minha esposa com meu amigo, isso é normal?”
Reafirmando o que tenho dito em minhas colunas a respeito das fantasias sexuais, elas têm um papel importante no desenvolvimento pessoal e psicossexual. Contudo, precisamos sempre avaliar o impacto que ela terá em nossas vidas.
A princípio, nem todo homem que imagina ver a mulher transando com outro, de fato quer que isso aconteça. Esse fetiche pode ser ativado pelo sentimento de poder e valorização, por ter uma mulher que é desejada por outros homens, mas sempre volta para ele; para comparar seu desempenho na cama e o tamanho do pênis; satisfazer fantasias bissexuais ou homossexuais, entre outras.
Num artigo de 2010, de acordo com a biologia evolucionista, essa fantasia pode originar da competição dos espermatozoides no interior da mulher, pertencentes a dois ou mais homens. Estudos mostram que os espermatozoides de um homem são dotados para eliminar os de outro homem, e o trabalho é feito em equipe. Baseado na sexualidade de nossos ancestrais – em que vários machos acasalavam com a mesma fêmea e um saía vencedor ao fertilizar o óvulo – cientistas teorizam que os homens inconscientemente recriam essa guerra de espermatozoides por meio da fantasia, e isso os excita. Porém, não encontrei explicação sobre a ausência da mesma fantasia em tantos outros homens. Acredito que a repressão moral ou religiosa a suprima.
Caro leitor, com relação a sua fantasia, não se trata de normalidade, mas das implicações que ela pode gerar nos relacionamentos com a sua esposa e o seu amigo. Em geral, essa fantasia provoca arrependimentos posteriores.
Na tentativa de evitar certos conflitos, refletir sobre alguns pontos pode ajudar:
1. Como será ver sua esposa sendo acariciada, beijada, fazendo e recebendo sexo oral, praticando sexo anal e sendo penetrada por seu amigo? Você vai suportar?
2. E para ela, como será transar na sua frente? Vai ser tranquilo? Ela levantará dúvidas sobre seus reais sentimentos?
3. Qual o objetivo a ser atingido para a relação ou para a vida sexual do casal?
4. E depois, como continuar a amizade?
5. E o que foi mal-entendido, as impressões não digeridas, de que forma serão tratadas com o amigo?
6. Você está pronto?
Pense sobre isso.
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Fátima Protti é psicóloga, terapeuta sexual e de casal. Pós-graduada pela USP e autora do livro “Vaginismo, quem cala nem sempre consente”. Escreva para a colunista: [email protected].
Kkkkkkkk quem será que topa isso? ? Só quem gostar de galho mesmo né Kkkkkkkk
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