75% das mulheres sofrem com cólicas menstruais; além de remédios, atitudes simples podem ajudar a diminuir a dor
Queixa de 75% das mulheres, as cólicas menstruais chegam até mesmo a atrapalhar o rendimento no trabalho. Uma pesquisa de 2014 feita pelo Ibope mostrou que as mulheres relatam que esse desconforto atrapalha atividades cotidianas, levando-as a adiarem algo que precisavam fazer por conta da dor.
Além de tratamentos medicamentosos, que incluem anti-inflamatórios que diminuem a dor e também pílula anticoncepcional, alguns truques diários podem ajudar a reduzir a intensidade da dor, causada por uma substância chamada prostaglandina.
“Substâncias produzidas pelo ciclo ovulatório fazem com que ocorra contração de vasos e falta de oxigenação no tecido uterino, levando a contrações musculares que causam o desconforto pélvico”, define a ginecologista Milca Chade.
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O ginecologista Cláudio Basbaum, do Hospital São Luiz, explica que há dois tipos de cólica: a primária e a secundária. A primeira é aquela cólica que começa algum tempo depois da primeira menstruação, quando a garota começa a ovular. A cólica secundária, no entanto, é a consequência de algum problema ginecológico, seja ele por ovários policísticos ou endometriose. A ginecologista Milca acrescenta que miomas, pólipos, adenomiose e outras patologias também podem estar associadas à dor.
Qualidade de vida
Não há necessidade, no entanto, de as mulheres sofrerem caladas. As causas da cólica devem ser investigadas para que um tratamento seja proposto. “Quando a cólica interfere na qualidade de vida da paciente e quando ela não existia e surge como sintoma novo, deve-se procurar auxílio médico para investigação”, diz Milca.
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Basbaum explica que também há problemas congênitos que dificultam a eliminação do sangue, causando dor. “Sem essa alteração, a eliminação é natural e não dolorosa”, conta ele.
O ginecologista do Hospital São Luiz explica que há causas psicológicas para alterações menstruais, que podem causar cólicas. “O hipotálamo é o centro das emoções. É no cérebro que tudo acontece. Se há um fator psicológico muito forte, uma crise pessoal, doença na família, crises profissionais, conjugais ou traumáticas, pode acontecer uma parada definitiva da menstruação em uma mulher jovem, levando mesmo até à menopausa”, explica o médico, dizendo que o efeito contrário também pode acontecer, como um aumento de fluxo, que aumenta a dor.
“Quando há desregulação nesse sistema e o equilíbrio dos hormônios estrogênio e progesterona deixe de existir, pode acontecer também mudanças de características de volume sanguíneo”.