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MEDICINA E SAÚDE : Conflitos e estresse na infância podem triplicar o risco de desenvolver diabetes

Estudo mostra que estresse poderia causar pane na produção de insulina, levando ao diabetes tipo 1; veja sinais da doença

O estresse psicológico familiar foi medido por meio de questionários dados aos pais sobre eventos cotidianos sérios
Thinkstock/Getty Images

O estresse psicológico familiar foi medido por meio de questionários dados aos pais sobre eventos cotidianos sérios

Uma pesquisa divulgada nesta semana no periódico da Associação Europeia de Estudo do Diabetes, Diabetologia, ligou conflitos na infância com o aumento do risco de desenvolver diabetes tipo 1, também conhecida por infanto-juvenil.

Morte ou doença na família, separação dos pais, uma nova criança ou adulto no ambiente familiar ou conflitos em geral podem triplicar o risco de a criança desenvolver a doença posteriormente. A pesquisa foi conduzida por cientistas da Universidade Linköping, na Suécia.

Esse tipo de diabetes é o que o corpo não produz insulina, diferente do diabetes tipo 2, em que o corpo se torna resistente à ela. As causas do diabetes tipo 1 são desconhecidas, mas sabe-se que fatores genéticos e ambientais estão envolvidos. O próprio sistema imune da pessoa ataca as células-beta do pâncreas, aquelas que produzem a insulina. Predisposição genética, muitos fatores ambientais como infecções por vírus, hábitos alimentares na infância, peso ao nascer, ganho de peso precoce e estresse crônico são supostos fatores de risco também.

Como a incidência de diabetes tipo 1 entre crianças está aumentando na maioria dos países do mundo, fatores ambientais estão cada vez mais sendo analisados seriamente. O estudo entrevistou famílias com bebês nascidos entre outubro de 1997 e setembro de 1999, no sudeste da Suécia. Mais de 10 mil famílias participaram de ao menos uma das quatro sessões de coleta de informações que aconteceram quando as crianças tinham entre dois e 14 anos de idade.

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Visão embaçada pode ser um sinal de diabetes tipo 1, o diabetes juvenil. Foto: Thinkstock Photos
Beber água é bom, mas nada em excesso é um bom sinal. Sede excessiva pode ser sinal de diabetes tipo 1. Foto: Thinkstock
O excesso de glicose no sangue desencadeia o processo de sede para que a pessoa não desidrate. Por isso, se a criança ou adulto jovem vai muito ao banheiro, é preciso ficar atento. Foto: Thinkstock
Infecções de pele pode ser um sinal de diabetes tipo 1. Foto: Thinkstock/Getty Images
Enjoos e náuseas podem ser um sinal do diabetes juvenil. Foto: Thinkstock/Getty Images
A deficiência na geração de energia faz com que a criança ou adulto jovem se sinta cansado. Foto: Thinkstock
Criança boa de garfo é uma maravilha, mas se ela come e mesmo assim emagrece pode ser sinal de diabetes. O mesmo vale para os adultos. Foto: Thinkstock
 
Visão embaçada pode ser um sinal de diabetes tipo 1, o diabetes juvenil. Foto: Thinkstock Photos
 

Pâncreas

Para uma maior precisão na pesquisa, as crianças selecionadas precisavam não ter a doença na primeira participação. O estresse psicológico familiar foi medido por meio de questionários dados aos pais sobre eventos cotidianos sérios, estresse dos pais, preocupação deles e suporte social dado por eles.

Os autores do estudo descobriam que experiências conflitantes na infância estavam associadas com altas chances de desenvolver diabetes tipo 1 no futuro para crianças de até 14 anos. Esse risco era três vezes maior em crianças que passaram por situações estressantes do que aquelas que não tiverem eventos estressores no cotidiano, mesmo depois de checar os outros fatores de risco.

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Discutindo sobre possíveis mecanismos que causariam o diabetes tipo 1, os autores do estudo disseram que uma das hipóteses era o estresse das células beta do pâncreas (as responsáveis por fabricar insulina). A experiência traumática para a criança poderia contribuir para o estresse da célula-beta por meio do aumento da resistência à insulina assim como o aumento da demanda dela por causa da resposta psicológica ao estresse, incluindo níveis elevados do hormônio do estresse, o cortisol.

Outro mecanismo possível ligando o estresse a doenças autoimunes é um desequilíbrio no sistema imunológico como resultado desse estresse crônico. Esse desbalanço pode contribuir para uma reação imunológica contra a insulina produzida pelo corpo.

Segundo os pesquisadores, experimentar eventos estressantes não pode ser evitado, mas as crianças e seus pais devem ter acompanhamento adequado para lidar com esses problemas e suas consequências, o que pode incluir também ajuda médica.

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