Como sempre, me deito na rede na sala da casa grande e senzala , pensando e vendo o povo passar.
Dia desses eu tava aputanhado. Quando me passa um sujeito com uma espingarda soca soca, olha pra mim e grita : Bom dia ! Vida boa em Coroné ?i
E eu fiquem matutando entalado vendo-o passar lentamente :
Tou eu deitado na rede
Pensando como é que é
Com fome , morto de sede
Brigado com a mulher
Luz cortada, gás faltando
Quase que perdendo a fé
E aumentando meu transtorno
Inda passa e grita um Corno
VIDA BOA EM CORONÉ ?
–
Se aquele fresco soubesse
Como eu tava enlouquecido
Pegava aquela espingarda
Dava um tiro no ouvido
Enfiava o cano no rabo
Fazia dentro um mexido
Pra respeitar as pessoas
E saber que vida boa
Só tem cu de atrevido
–
Nem conheço aquele porra
Tão pouco donde ele vem
Quero mais que ele morra
Vire pó, milho ou xerém
Se cair, ninguém socorra
Se morrer, não vá ninguém
E você que ta sorrindo
Sai por aí latindo
Acompanhe ele também
–
Caia dentro de um buraco
Se lasque como quiser
Um caroço no sovaco
Espinho dentro do pé
Tormento no seu viver
Pra ninguém jamais dizer
VIDA BOA EM CORONÉ ?
vavadaluz
Grande vava rsrss muito bom poema..abraços
Muito bom, Vavá!
“Que pôpa do carai né coroné?”
Muito boa,.
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