Como é curta a mocidade Quase todos quando jovens
Que como o fumo se esvai Alguma beleza tem
Ficando apenas saudades Com o tempo tudo muda
Pois ela não volta mais. Este não poupa ninguém
Vem á velhice enfadonha Só temos uma saída
Que arrasa todos nós É da alma nos cuidar
Caem dentes e cabelos Ela nos é imortal
Perde-se o timbre da voz. E o espírito viverá
Nossas faces desfiguram Tomamos uma nova forma
E nosso olhar se apaga Nosso rosto brilhará
Nossa pele se enruga Se alcançarmos a graça
E a beleza se acaba. De podermos nos salvar.
As pernas desequilibram É a nossa única esperança
E a barriga nos cresse Tornarmos belo um dia
As mãos ficam pregueadas De alma pura sem mácula
Tudo de feio aparece. Frente a Jesus e Maria!
A velhice não dá trela
Cada dia aumenta mais
Enquanto não nos sucumbe Ingá, janeiro de 2015
Só defeito ela nos traz.
Às vezes até no espelho
Não queremos ver o rosto
Pois tanta feiura temos
Que até nos causa desgosto.
Quando se vai para a cova,
Já não se leva beleza
Tudo está desfigurado
Pela própria natureza.
Precisamos ter controle
Pra suportar a velhice
Pois, com tanta diferença
Suportar é difícil.