Falam na fabricação de um novo Viagra, mais potente do que o atual e com uma vantagem: em vez de ser bebido, será derramado em gotas pelo nariz. O sujeito cheira o produto e de logo lembra do outro cheiro, aquele que fica mais embaixo, vindo de logo a reação em forma de pinto erguido, apontando para Pirpirituba.
Não sou cientista e por isso fico a admirar-me de tão sofisticada ciência. Como pode uma gota derramada no buraco da venta despertar o bicho que só gosta de outro tipo de buraco?! Só pode ser ciência e ciência das mais complicadas.
Até recentemente eu tomava tento das garrafadas de raízes fabricadas por Luiz Ribeiro, em Princesa. Luiz Ribeiro não estudou, mas sabia de meizinhas que faziam verdadeiros milagres. Curava calo seco, dor de veado, queima no estômago, difurço, andaço, sete couros, espinhela caída, arroto choco, peido podre, doença de cabaré, bucho empanzinado, regra descontrolada, dordóia e rola bêbada. Neste último item era um cobra. A sua garrafada, feita de jurubeba matuta, catuaba, barbatenon e pentei de jumenta, fazia o bebedor virar um craque. Conta-se que Quidute Malaquias, depois de ingerir meia garrafa da gororoba de Luiz Ribeiro, abofelou-se com Cota de Aderson numa boca de noite e somente a largou no meio dia seguinte.
Tinha também o recurso natural. O cabra dormia e de manhã, com a bexiga cheia, avisava à cara metade que a máquina ia entrar em funcionamento. Somente depois é que vinha o calmante, na forma de uma generosa aliviada no tronco do pé de mamão papaia.
Mas os tempos modernosos trouxeram as milagrosas pílulas do Viagra, para fazer a alegria de velhos fogosos e de alguns com cara de novos porém com máquinas desgastadas. Esses hoje dão conta do recado e chegam ao extremo de namorarem mocinhas adolescentes, certos de que elas jamais terão vontade de pular a cerca porque a madeira estremecida de novo ganha energia graças aos remédios da modernidade.
Entretanto, continuo querendo entender como uma gota derramada no buraco da venta vai ressuscitar um defunto localizado no outro extremo do planeta.
Nota do editor: Como bem disse Zé Limeira :
–
Eu gosto é cheirar Torrado
que o povo chama rapé
e como sou viciado
tomo como força e com fé
tem moça que diz: Seu Zé,
me dê um pouquim assim
seja do bom ou do ruim
por isso eu não dou cavaco
e um povo que tem tabaco
vem pedir tabaco a mim
Kkkkkkk vc é demais meu amigo vava. ..muito legal..
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