COMENTÁRIO VOZES DA MORTE
Prof. Marcos Bacalháo
“Vozes da morte”, um soneto “fatalista”, fala do fim inevitável dos homens, da efemeridade da existência, mas zomba do homem, que sonha na eternidade dele próprio, a “fabricação” de filhos, logicamente que estou te dando uma ideia básica dos poemas, caberá a você deslanchar essas ideias, porém só o fato de ler esses poemas, já é um presente…..
VOZES DA MORTE
Augusto dos Anjos
Agora, sim! Vamos morrer, reunidos,
Tamarindo de minha desventura,
Tu, com o envelhecimento da nervura,
Eu, com o envelhecimento dos tecidos!
Ah! Esta noite é a noite dos Vencidos!
E a podridão, meu velho! E essa futura
Ultrafatalidade de ossatura,
A que nos acharemos reduzidos!
Não morrerão, porém, tuas sementes!
E assim, para o Futuro, em diferentes
Florestas, vales, selvas, glebas, trilhos,
Na multiplicidade dos teus ramos,
Pelo muito que em vida nos amamos,
Depois da morte, inda teremos filhos